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sábado, 3 de abril de 2010

DA SOBREVIDA CONSCIENCIAL

Trata-se, sem dúvidas, da mais enigmática das questões, onde toda e qualquer opinião, seja ela científica ou religiosa, está e estará sempre sujeita às controvérsias. 
Existe sobrevida consciente do homem em algum lugar além-túmulo?
Para muitos a morte física não significa aniquilamento total do homem, pois que a energia mental sobrevive à matéria, e até mesmo esta, ainda que decomposta, de uma maneira ou de outra, sobreviverá em alguma coisa, em algum lugar dentro do universo, do qual nada pode escapar. 
Nesta compreensão, impossível qualquer materialista refutar cientificamente tal posição; senão uns e outros, mais sustentados nas convicções ateístas, que não discutem o assunto porque simplesmente não acreditam, religiosamente, na sobrevivência da personalidade metafísica do homem após a morte terrena. Para uns e outros incrédulos até se pode conceber um corpo sem pensamento, mas jamais um pensamento sem corpo, uma teoria expressa em A Morte, de Maurício Maeterlink.
Com razões e de fato, manifestações exteriorizadas da mente ocorrem mediante acionamento de um órgão, no caso o cérebro. Destarte, como poderiam tais manifestações ocorrer, estando decomposto o cérebro, sua fonte original?
Numa primeira análise percebe-se, ainda que distintos o corpo e a mente, que todas as evidências de paranormalidades comprovadas ocorrem a partir de organismo vivo, mesmo nos casos de redivivos, onde a existência física ainda se encontra presente, ou seja, sem a higidez cadavérica. 
As manifestações de possíveis desencarnados, dentro dos mais variados estados fenomênicos, dão-se aos vivos, com as presenças ou sempre através dos vivos, pelos sensitivos / médiuns. Tais ocorrências, por mais verossímeis que possam parecer, não trazem a verdade científica necessária para comprovação do eu, daquele outro possível lado ou dimensão. O fenômeno apresenta-se sempre de uma maneira unilateral, pois o daqui é possível provar enquanto que o de lá, apenas conjecturas.
Sobreviverá em algum lugar ou dimensão, a consciência desprovida de um corpo físico ou de um cérebro?
Firma-se que os fenômenos paranormais unicamente em si, não atestam a consciência do eu pós-morte. Também a reencarnação, apesar dos inúmeros casos que demonstram possibilidades de um mundo espiritual, ainda traz mistérios não resolvidos como a abolição da memória no momento reencarnatório, como se ocorrida uma espécie de morte para o lado de lá.
Existem casos, e muitos, em que encarnados passam a ter, espontaneamente ou provocados, reminiscências de uma outra existência anterior aqui na terra, como fenômenos duradouros ou não. São relatos interessantes, muitos até resistentes às contra-argumentações, mas que tão somente provam, cientificamente, a capacidade independente do homem aqui na terra e na presente encarnação.
Porque alguns lembram de encarnações anteriores aqui na terra, com espantosas precisões, sejam elas naturais ou provocadas – a exemplos das hipnoterapias regressivas, enquanto quase nada de consistente dizem do lado de lá?
Alguns cientistas demonstram que a kirliangrafia não é apenas um efeito corona – escapes de freqüências e voltagens em torno de um organismo vivo, verificando que as oscilações da aura (nos seres viventes) ultrapassam as diminutas variações do efeito corona; e muito menos que seriam elementos oriundos e matizados como forças químico-físicas e mentais, modeladoras e organizadoras do ser. 
Não contestamos nada disto, apenas informamos que tais comprovações científicas, entendendo que isto em quase nada contribui para uma prova definitiva sobre a sobrevivência do da consciência. Contudo cientistas espíritas trazem interessantes refutações aos materialistas, afirmando que à inteligência individual e independente da matéria física, ainda que interligadas e capazes de acionar e moldar elementos físicos e psíquicos, não se pode negar atributos de conservação de memórias. 
Considere-se: tudo o que há no ser humano ou que envolve sua formação psicossomática, vem e encontra-se no universo, na natureza (fatos cientificamente aceitos), pois que espírito é espírito e matéria é matéria – Evangelho segundo João 3:6.
Afirmam, ainda, os defensores espíritas que a natureza é suficientemente capaz, pe-las “características do Modelo Organizador Biológico, MOB, e do Campo Bio-Magnético de ter e produzir os elementos, agregando-os e dando-lhes formas, onde quer que haja condições, necessidade e, porque não, vontade”, colocações de conformidade com definições do Dr. Hernani Guimarães Andrade em sua obra A Matéria Psi.
Já os dualistas, como contestadores do materialismo, demonstram que para a ligação mente e corpo, a homificação ou fusão psicossomática, faz-se preciso um elo de união, elo este extraído do fluído universal e denominado, sobretudo no meio espírita, de perispírito   ou psicossoma, pelas ciências.
Este fluído tomado para revestimento do espírito ou alma, faz-se dos elementos constitutivos do mundo onde o espírito irá encarnar ou habitar; apenas o espírito traz atributos e os princípios para a vivência terrestre.
Nestes choques de posições, observa-se que os princípios e atributos espirituais, co-mo a inteligência, o livre arbítrio e a vontade, adentram no ser humano ainda embrionário e nele se manifestam, independentemente da matéria física; uma vez finda esta matéria, pela morte, o espírito retira-se com o seu invólucro, indo para outra dimensão, mantendo-o enquanto perdurar seu vínculo ao planeta.
O espírito desencarnado conserva seus atributos, princípios e faculdades, somados às experiências adquiridas quando encarnado, porém livre das limitações que a matéria lhe impõe, porque se tal não ocorresse – aqui um contorno científico e religioso, não haveria evolução e muito menos necessidade da encarnação. O não recordar de vidas passadas, justifica-se que se tal ocorresse, o indivíduo estaria tolhido de seu livre arbítrio, alem de danos personalísticos que poderia vir a sofrer – uma quebra das regras da espiritualidade.
Admitindo, portanto, uma personalidade extrafísica no homem, e que o torna tão diferente das demais animalidades e outros seres, é inadmissível que aquelas qualidades não se conservem inteligentes após a morte física.
A consciência, portanto, sobrevive do outro lado, esteja este lado onde estiver.
E assim vamos a Deus, sua existência ou não, mas primeiro há que se estabelecer qual esse Deus, onde para entendermos, há que se promover um retorno ao princípio dos tempos, quando o homem fez nascer e cultuar suas divindades.
-o-


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