ADVERTÊNCIA

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sábado, 3 de abril de 2010

CAPA

Figura: Seitas Secretas - Mistérios do Desconhecido, Editores Time Life Livros / Abril Livros 1992
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Licença Creative Commons
ALÉM DAS FRONTEIRAS E MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO.
-Além das Fronteiras e Mistérios do Desconhecido, inserido no blog http://satopradomisteriosdesconhecidos.blogspot.com.br/-

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'Do original: 'Fronteiras e mistérios do desconhecido - Realismo fantástico deste e do outro mundo', 1998, de Celso Prado, com as seguintes publicações e/ou disponibilizações:

  • Excerto do original sob o título: Dos atributos da alma e da existência de Deus, Celso Prado, publicação em 1998, edição em papel - divulgação. 
  • Celso Prado, 'Fronteiras e mistérios do desconhecido - Realismo fantástico deste e do outro mundo', homepage disponibilizada pela Argon Provedor de Internet - http://www.argon.com.br, 2000/2005.
  • Celso Prado, 'Fronteiras e mistérios do desconhecido - Realismo fantástico deste e do outro mundo', sítio eletrônico pela Design Future, http://www.celsoprado.com, 2005/2007.
  • Blog Celso Prado, 'Fronteiras e mistérios do desconhecido - Realismo fantástico deste e do outro mundo', http://celsopradomisteriosdesconhecidos.blogspot.com.br, 2007/2010
  • Blogs de Celso Prado, 'Além das fronteiras e mistérios do desconhecido - mitos, tabus e preconceitos',  http://www.satopradomisteriosdesconhecidos.blogspot.com.br, 2010/2013, edição revista e acrescida, com coautoria de Junko Sato Prado. 
  • Blog SatoPrado, '[Para] Além das fronteiras e mistérios do desconhecido', versão 2016: edição revista, corrigida e ampliada dos estudos disponibilizados em 03 de abril de 2010    http://www.satopradomisteriosdesconhecidos.blogspot.com.br  
Os autores guardam os originais com os respectivos registros desde 1998 (Cópias Digitalizadas: Arquivos dos Autores - CD: A/A).
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- Edição atual (2016): 

http://satopradomisteriosdesconhecidos.blogspot.com.br/
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ADVERTÊNCIA

-ALÉM DAS FRONTEIRAS E MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO-
DOS MITOS, MAGIAS, PARAPSICOLOGIA, RELIGIÕES E TODOS OS GRANDES MISTÉRIOS QUE ACOMPANHAM A HUMANIDADE DESDE TEMPOS IMEMORIAIS


ADVERTÊNCIAS:
-Apesar do sugestivo título e ser uma página inteiramente aberta a discussões – por isso mesmo em permanente construção de acréscimos – cumpre-me, como responsável pelas matérias abordadas, alguns esclarecimentos tidos como de interesses gerais:
-Alguns dos assuntos abordados e certos ensinamentos ou sugestões como magias, mancias, etc, são práticas condenáveis pela grande maioria das Seitas Cristãs, assim como condenam contraceptivos (camisinha, pílulas anticoncepcionais, DIU 'dispositivo intra uterino'), o sexo antes e fora do casamento, abortos, etc. Se você tem problemas da ordem, prevenções a respeito ou situações de consciência, não prossiga leituras ou então escolha um tema com bastante atenção – seu ponto de vista é e será sempre muito bem respeitado, sem crítica alguma, pois em tudo você está certo desde que em paz e satisfeito consigo mesmo.
-Se você é religioso convicto ou tem opinião formada quanto à própria existencialidade, talvez estas páginas sirvam apenas como acréscimo cultural ou simples curiosidade; quem sabe você até mude de opinião, mas não é essa a intenção proposta.
-Se a sua fé se acha circunstancialmente abalada, ou que você esteja à procura de uma religião ou fé salvacionista, não lhe é nada recomendável esta leitura; não prego e não vivo religião, não tenho seguidores – também não levanto ofertas, não cobro dízimos e muito menos aceito doações.
-Não leia as matérias inseridas, caso você tenha certos temores de atrapalhos à sua religiosidade; com certeza atrapalharão sim a sua vida espiritual, com as novas possíveis descobertas.
-Aos menores de idade, recomendo que não prossigam leituras sem anuência dos pais ou responsáveis; não é bom um curioso, sem as devidas e necessárias estruturas psicológicas, intelectuais ou de convicções religiosas definidas, aventurar-se no desconhecido para assustar-se ou trazer preocupações aqueles que o amam.
-Aos fiéis evangélicos pentecostais e neo-pentecostais, aos católicos carismáticos e aqueles que tem crença em Deus e procuram viver de conformidade com os preceitos bíblicos, é recomendável que se discuta primeiramente com seus líderes espirituais a viabilidade de tais leituras, para que depois não venha ser censurado ou mesmo excluído de sua denominação, por exibir novas ideias ou questionar valores. 
-Se você espera ensinamentos de práticas de feitiçarias, talvez perca seu tempo, pois que esses estudos são dedicados às Magias (Ciências Ocultas) e demais temas encimados; assim mesmo é interessante que você avance páginas, quem sabe possa encontrar assuntos de seu interesse.
-Todas as críticas, desde que construtivas, são bem vindas, e para isto utilize o correio eletrônico, onde você poderá, se assim o desejar, emitir seu parecer, tirar dúvidas (dentro do possível); será mantido sigilo absoluto do nome, desde que você assim o deseje, e suas mensagens, se autorizadas, poderão ser publicadas desde que julgadas de interesse
-Os textos não estão revistos e nem corrigidos, podendo haver erros de digitação e de construções gramaticais; corrija-os sempre que necessário ou faça advertências para correções devidas.
-Esta página é confeccionada por mãos amadoras, sem os requintes próprios de profissionais – fica a promessa de melhoras tão logo possível.
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APRESENTAÇÃO

ALEM DAS FRONTEIRAS E MISTÉRIOS DO DESCONHECIDO REALISMO FANTÁSTICO DESTE E DO OUTRO MUNDO 

DOS MITOS, MAGIAS, PARAPSICOLOGIA, RELIGIÕES E TODOS OS GRANDES MISTÉRIOS QUE ACOMPANHAM A HUMANIDADE DESDE TEMPOS IMEMORIAIS 
 
Algumas palavras
Este trabalho não tem pretensões de ineditismo, e sim de apanhados acerca do além dos mistérios e fronteiras do incognoscível, e dele querer saber.
Óbvio que para se chegar a esta apresentação diversos livros foram procurados, além das pesquisase buscas de respostas aos temas propostos para melhor formar opiniões e, assim, ordenar assuntos dentro das desordens encontradas, a ponto da oportunidade deste ensaio e tópicos nele inseridos e postos estimuladores para o título presente.
Esta publicação trata, sem dúvidas dos grandes mistérios que, desde a antiguidade, interessam ao homem independentemente de suas crenças ou o não crer, das classes sociais ou níveis de intelectualidade, porque verdades inerentes a um ser essencialmente religioso obrigado a se relacionar com a natureza e suas forças interativas.
Exatamente nestes aspectos a religiosidade, ou mesmo o ateísmo, age como interação homem/natureza a satisfazer não apenas as necessidades básicas da sobrevivência, mas a própria razão da existencialidade, porque é pela natureza, integrada ao Cosmo, que o homem se faz presente e dominador no planeta.
No princípio a terra era morada do homem, dos animais, vegetais e minerais, ou seja, de tudo aquilo que se podia ver e apalpar. Já o universo visível, porém inatingível, teria de ser obra dos deuses e moradas deles, enquanto o caos era a casa dos demônios que, furiosos, intervinham na natureza pelas catástrofes, quando estas não fossem castigos dos deuses, entenda-se nisto, as ações promovidas pelos demônios sob consentimento dos deuses para algum efeito punitivo.
Tudo isto, no entanto, tinha de ter história, pois que a dualidade deuses/demônios não podiam coexistir dentro do belo e do bom com o feio e o mal. Nestes aspectos nada impossíveis a compreensão que, antes de todas as coisas visivas existira um céu invisível, um mundo belo e bom pela vontade dos deuses, onde não se comensuravam o tempo nem o espaço, até que, surgiu a agitação, a tremenda explosão expansionista [prefiguração do big-bang] que deu cor e materialidade a um universo nervoso com formações e choques contínuos para o surgimento de incontáveis mundos.
Os primeiros acontecimentos, assim, somente poderiam ser explicados como uma rebelião entre os deuses, em que os revoltosos e maus foram projetados nos abismos do incomensurável, de cujo cataclismo resultante a terra abrigou vida e, nela, se fez surgir o homem para dominação após longo período evolutivo. Se em outros mundos tal vida igualmente acontecera, isto ficava além do saber.
No princípio, comumente se sabe, o homem temia a natureza exatamente por não compreendê-la, conferindo aquilo de bom aos deuses, enquanto aos demônios atribuíam-se os acontecimentos nefastos, com isso a mística de agradar os deuses e apaziguar os demônios, valendo-se dos intermediários espíritos protetores, a quem as preces, e os humanos capazes de comunicações com aqueles mundos [invisíveis], levando os pedidos, trazendo as mensagens e oferecendo os agrados, através das magias imitativas, representativas e sacrificais.
O pensar as dualidades, deuses e demônios, e nelas compor os motivos de sucessos e fracassos, nos mais variados aspectos e setores da existência humana terrena e expectativas pós-morte, desenvolveram-se as místicas e as religiões com as quais o homem convive ainda hoje, se crente, com dependência incompreendida de tantos cultos e ritos, se agnóstico numa ansiedade entre o não saber nem compreender, enquanto aos ateus a certeza do nada sem, no entanto, se livrar do universo ao qual sempre esteve integrado e do qual jamais se separará, por toda eternidade, um átomo sequer.
Todavia, as pretensões neste trabalho não se acham apenas invocadas para os mistérios do desconhecido, até porque, acredita-se, senão impossível, qualquer revelação integral, pois que tudo reside na questão do crer ou não crer, de qualquer maneira todos crendo, nisto ou naquilo que pode ou não existir.
Portanto, este trabalho não se prende apenas no existir ou não vida além-túmulo, ou nas pretensas manifestações espirituais, pois que o instituidor adentra desde a existência da alma e seus atributos, comparando-os com poderes da mente, até outras tantas inquirições, como a historicidade de Jesus, ou se ele e João Batista foram ou não foram membros da Comunidade dos Essênios, ou de alguma das outras Seitas ou Fraternidades também descritas neste estudo.
Também, não foram esquecidos os doze apóstolos de Jesus nem o objetivo de cada um deles, naquilo que realmente esperavam do Rabino, inclusive o questionamento que muitos evitam: 'Porque Judas cometeu o ato da traição?'.
Outros assuntos surgem não menos intrigantes e polêmicos, como o mito do deus solar; Jesus filho de hierogamia; dos anjos e demônios bíblicos; o livre arbítrio ao lado da predestinação e da eleição; o Sudário de Turim - crer ou não crer; e da inerrância e infalibilidade bíblica.
Por conseguinte, são considerados destaques as matérias 'Vida Além Túmulo, com ou sem consciência?' e a 'Teologia da Reencarnação e das manifestações dos espíritos', estudos inteiramente desenvolvidos dentro da Bíblia, ou a partir dela. A primeira menção coloca em xeque os dogmas cristãos que apontam as existências do Céu para os bons e o Inferno para os maus, com um Purgatório de entremeio, enquanto a segunda busca comprovar biblicamente a reencarnação e as manifestações de espíritos, bons e maus, com a permissão divina através de médiuns.
Estudos desta grandeza não podem e nem devem aspirar verdade absoluta, nem desrespeitar a crença de cada um.
Santa Cruz do Rio Pardo, maio de l.998.
Do autor [Celso Prado]*. 
Com as revisões a ampliações posteriores, Junko Sato Prado assume a coautoria da obra - 2013.

QUEM SOU EU?

APRESENTAÇÃO - ANO 2000
Uns dizem que sou bruxo, outros um feiticeiro, ao lado daqueles que me consideram mago; não importa o que eu lhes diga, enquanto viver, uma coisa ou outra sempre serei.
Dizem que meus trabalhos matam, que curam, que nem uma coisa nem outra. Depois de trinta anos de vivência no meio, qualquer opinião não poderia ser diferente.
Não adianta dizer que sou Teólogo versado em Teogonias, Especialista em Educação e Pedagogo, pois muitos insistirão sempre que sou 'pai de santo', 'ateu' e 'comunista'. Alguns tantos talvez ainda se lembrem que fui dono de Academia (ATAM - Associação Técnica em Artes Marciais), outros que fui funcionário da Saúde (Chefe de Administração Geral, Assessor e Diretor cargo que hoje corresponde ao atual Secretário Municipal de Saúde), e aqueles que nunca ouviram falar meu nome.
Bem, posso dizer que comunista nunca fui, a não que, por comunista, seja aquele sempre em defesa das categorias menos privilegiadas do funcionalismo público, classe que orgulhosamente pertenço, partícipe e líder de greves justas por reivindicações diversas, inclusive punido por assumir toda responsabilidade por todos os movimentos paredistas, sem prejuízo a qualquer subordinado. A minha história funcional testifica que nunca temi enfrentar e expor razões aos grandes, bem como criticar apaniguados do poder. Se a isso chamam comunista, então eu fui e com certeza voltarei sê-lo se novamente tiver oportunidade, mesmo sem jamais haver compreendido adequadamente os ideais comunistas ou com eles me identificado algum dia.
Ateu talvez eu seja por maioria de voto, nunca por convicção. Mas de que adianta dizer que sou apenas Agnóstico muito bem esclarecido, se não compreendem nada do significado disto?
Pai-de-santo eu nunca fui mesmo, Pai-no-santo sim, durante muito tempo à frente de trabalhos (vinte e oito anos), coroado e autorizado à prática de culto afro-brasileiro; dedicando atenções especiais com registro para atendimento teológico-psicanalítico, desde 1986, com atenções aos fenômenos parapsíquicos (da mente), espirituais e manifestos de/recorrentes, dos exteriorizados, assim como atuações práticas de análises, do desenvolvimento das paranormalidades e dos diversos estados mediúnicos.
Alguma contradição em ser agnóstico e teólogo? Não, sempre estive em busca de um melhor sentido de vida e jamais cessarei. 
Findas exposições, quero compartilhar com você, nestas linhas, meus momentos e experiências, quem sabe também aprender nas suas perguntas, dúvidas e conhecimentos que me possa transmitir.
Abraços,
Celso Prado

Santa Cruz do Rio Pardo, SP, Janeiro/2000


Biografia:
Celso Prado, nascido em Paraguaçu Paulista aos 16 de junho de 1952, sempre teve ativa participação política estudantil e popular, notoriamente durante o regime militar de 1964. Funcionário aposentado da Saúde Pública do Estado de São Paulo fixou residência em Santa Cruz do Rio Pardo, em abril de 1977, onde se casou - após divórcio, com a cirurgiã-dentista Junko Sato. Tem os seguintes filhos, os assisenses Arthur Celso Castilho Prado e Gisele de Castilho Prado - do primeiro casamento, e os santacruzenses Mitchell Yutaka Sato Prado e Lorana Harumi Sato Prado.
Especialista em Educação, Pedagogo e Teólogo, com formação em Teogonias e Teologia Psicanalítica, com larga experiência em cultos afro-brasileiros foi também seminarista da Ordem Lazarista.
Declara-se Agnóstico, ao firmar-se "na posição filosófica simbolizada pelo dito Socrático: só sei que nada sei, e por defender a incapacidade do intelecto humano na apreensão das verdades supremas da existência".
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O MISTÉRIO DA MORTE E O ENIGMA DOS SONHOS

Cedo ou tarde o homem defronta-se com a grande realidade de sua existência: a morte.
O que é a morte?
Inevitavelmente, diante desta sentença inapelável e irreversível, o questionamento a respeito do pós-túmulo se faz presente: é a morte um aniquilamento total?
E aí surgem os motivos temíveis, envoltos em grandes mistérios e dúvidas que nortearam e norteiam reflexões íntimas ou compartilhadas, ao longo de uma vida que é, apenas, aquele lapso de tempo entre o chegar e o partir, acabando, quem sabe, num rápido instante meditativo: teria valido a pena? O que virá depois?
Mas é esse espaço de tempo de algumas décadas, quando tanto, que faz o homem e sua história. Não, não cabem aqui julgamentos se o indivíduo foi o primor das virtuosidades, em pró a coletividade e/ou a si próprio, se foi o maior dos devassos de tristes memórias, ou se foi apenas uma neutralidade. A morte não os distinguirá pelas ações, ficando apenas para os vivos as lembranças e opiniões sobre aqueles que se destacaram num ou outro campo, enquanto para os anônimos, talvez duas gerações de familiares e amigos com eventuais recordações.
Seria a morte algo assim tão terrível ao igualar todos os homens nas sombras do seu silêncio profundo?
Falar da morte e seus mistérios seriam evocar todo o passado da historicidade humana e entender como o homem primevo, tão insipiente ainda, convivia com a razão e a arte de pensar, ou de se descobrir capaz de raciocinar e entender suas visões, alucinações e sonhos, onde seus mortos surgiam sempre, tão vivos.
Não entendia, e a única lógica seria que o homem sobrevivia a morte. Mas como, se lá estavam, apodrecidos seus restos mortais? Como, se suas carnes foram devoradas pelas bestas feras e seus ossos carregados?
Então, eliminada a sobrevivência física, o natural era a sobrevida não palpável, espiritual – extrafísica, e não admiti-la seria o mesmo que duvidar de si, pois, afinal, não seriam reais as aparições vivas dos mortos em sonhos?
O grande pai, a bondosa mãe, o poderoso líder, povoam sonhos de seus descendentes: estão vivos, e toda uma mística desenvolve-se para agradá-los; não são matérias, porém mostram-se integralmente, e, num momento difícil qualquer, suas forças, poderes ou conhecimentos, podem ser evocados para soluções e, ao sensível, é possível tê-los manifestos, fazendo-se ouvidos nos conselhos e admoestações, durante evocações tribais.
A árvore onde o velho chefe recostava-se ou cujas madeiras utilizava, a pedra em que se assentava; o seu animal preferido, a montanha que mais admirava; os seus fetiches e os comensais passam a ter valores representativos familiares, como seres, objetos e coisas sagradas, bem como carregadas de manas.
O simples domínio de uma família sobre outras, ou naturais agregações, aumentavam os protetores particulares, sendo que da tribo mais poderosa, faziam-se mais fortes seus ancestrais, com direitos de serem cultuados.
As experiências de vida, as epopeias realizadas, as vontades, desejos e ações do falecido, quando fortes, ganhavam conotações doutrinárias, instituindo-se com naturalidade o Totemismo, com as primeiras regras das proibições, dos sagrados e dos profanos, sempre na ordem dos princípios do chefe espiritual, em terra e representado, quase sempre, por algum dos membros da família.
Seus objetos, então sagrados, não podem ser tocados por qualquer um, seu animal predileto não pode ser morto, sua árvore é venerada e sua montanha não pode ser profanada: são os tabus.
Iniciam-se datas comemorativas, em geral um período de festas, onde se busca o chefe nos simbolismos, porque precisam e desejam agradá-lo, dando surgimento aos cultos e ritualismos onde, os de maiores sensibilidades promovem contatos diretos com os deuses e a eles oferecem sacrifícios.
Para os primeiros homens era terrível defrontar-se com a morte como o fim de tudo. A dor da separação, sabidamente definitiva, a saudade e a tristeza do inaceitável nunca mais, o remorso e a angústia de algo não feito, favoreciam e até exigiam condições dos mortos reaparecerem nos sonhos, nas visões de êxtases e nas incorporações; o homem necessitava disto, porque era esta a única maneira de manter vivos seus antepassados e lhes dar paz de consciência.
Então a morte física não era fim e nem poderia sê-lo, por significar glórias e vidas num outro mundo, onde não se era mais atingido tão facilmente; um mundo que mortais podem visitá-lo, contatá-lo e até descortinar mistérios, mas nele somente residir após a morte, ou seja, o despertar para a verdadeira vida.

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A MATERIALIDADE DA CRENÇA NA IMORTALIDADE

'No universo nada se perde'
Questionamentos milenares sem nenhuma resposta satisfatória a despeito das muitas hipóteses pregadas como regras de fé, pelas religiões e seitas.
Lançar-se neste campo é perder-se nos emaranhados labirintos dos dogmas e postulados; mas, aos vivos, um dia será chegada a morte, onde as interrogações tidas no decorrer da existência, cessarão, continuando as dúvidas apenas para aqueles que ainda não desceram ao profundo silêncio da sepultura, a única certeza da vida.
Não, não existem as verdades científicas, satisfatórias, de uma vida além-túmulo por religião nenhuma; mas muito menos o materialismo ateu é suficiente, tanto aos doutos quanto indoutos, para comprovar o acabou-se para sempre.
É exatamente neste campo, onde tudo é possível, pois nada há de definido, que se podem ousar opiniões, mais uma entre tantas, como as que aqui são feitas, sem pretensões de originalidades, porem imbuídas de sérios propósitos para a materialidade na crença da imortalidade.
Principia-se então, naquilo que é o homem, buscando, para tanto, fundamentação físico-química da matéria: H C N O ou combinações moleculares agregando-se a novos elementos, indo do simples - molécula albuminóide, ao complexo - homem (Dr. Jorge Andréa dos Santos: 'Enfoques Científicos na Doutrina Espírita', S
ociedade Editora Espírita F.V. Lorenz, 2ª edição, 1991).
Todavia, na concepção do homem feito: um ser orgânico, portanto vivente, que move por si guiado por sensações, percepções, instinto e racionalidade. Neste aspecto, o homem é e vive a sua tridimensionalidade (medidas: altura, largura e cumprimento; tempo; e espaço) na mecanicidade universal, e que disto tem consciência.
Para esta consciência, isto é, compreensão de si e do mundo ao derredor, o homem guia-se pelas sensações, interiores e exteriores, e percepções que constituem sua realidade pensante, do instinto à racionalidade: sente, percebe, age, reage e concebe, servindo-se da atividade cerebral.
Para alguns cientistas o cérebro tem suas operações físico-químicas racionais de comando orgânico, mas que por si só não pensa, não tem sentimentos e não raciocina, necessitando de um elemento acionador para tais atividades, isto é, a Vontade, que distingue o ser humano: eu quero, eu faço, eu posso ou o contrário.
Outros cientistas, voltados à materialidade, atribuem aos neurônios as capacidades dos processos mentais - descargas eletromagnéticas dos neurônios, com relação aos sentimentos, pensamentos e raciocínios; porém encontram dificuldades de sustentação da tese, considerando que determinadas condições mentais, não são e nem podem ser resultantes físico-neurológicos, a exemplos das manifestações denominadas psíquicas ou fenômenos PES que transcendem os campos da tridimensionalidade.
Em razão disto, observa-se no meio científico atual como um todo, sensível predomínio da teoria dualista do homem, que sustenta as existências física e mental/espiritual, independentes entre si, porém interligadas pelo cérebro, sendo que esta existência mental acha-se representada pela Vontade Inteligente - ou inteligência e vontade, cujas ações independem da matéria e para quem o cérebro é apenas mero instrumento.
Da individualidade do espírito, sem a presença das propriedades cerebrais, teríamos os sentimentos de coisas desconhecidas, atuações mentais sobre a matéria [orgânica e inorgânica] e a pré-cognição, como meros exemplos entre tantos outros.
No primeiro caso, Camile Flammarion ('A Morte e o seu Mistério', Volume I, Federação Espírita Brasileira, 2ª edição, 1982), relata o caso de uma senhora que, doente, recusou-se ao uso interno de um medicamento, dizendo que tal ser-lhe-ia fatal, contrapondo-se às argumentações do médico presente e receitante; a receita médica determinava um medicamento para uso interno e um outro para aplicação externa, sendo que aconteceu uma troca involuntária dos rótulos, pelo farmacêutico manipulador das fórmulas, um fato comprovado, sendo a paciente salva pelo pressentimento, num episódio onde não ocorreu raciocínio e nem telepatia.
A atuação mental sobre a matéria, orgânica ou inorgânica, dá-se em razão do pensamento atingir determinado objeto e nele exercer ação, numa comprovação teórica do quarto estado da matéria, com seus espaços intereletrônicos, por onde caminha o pensamento ou a força mental.
Para o conhecimento futuro parte-se para a hipótese de uma quarta ou outra dimensão, anulando-se as leis da física.
São fenômenos alem do alcance científico, porque a individualidade espiritual ainda não pode ser comensurada, pois que suas radiações comprovadas mostram-se invisíveis aos processos conhecidos de experimentações, salvo exceções.
Para as ciências, dentro do concebido, a energia possui peso, intensidade, dimensão e duração, de natureza eletromagnética enquadrada na tridimensionalidade, podendo ser visível ou não, e detectada ou não por aparelhos conhecidos hoje. A energia emitida pelo cérebro ou através dele, alem das propriedades conhecidas, pode também extrapolá-las, caminhando no espaço e comunicando-se à distância, independente dos limites impostos pelas leis da física, imperceptíveis aos órgãos dos sentidos comuns - tato, olfato, gustação, visão, audição, labirinto e termal.
Esclareça-se: o fenômeno dessa exteriorização, não se sujeita às leis físicas conhecidas, anulando-as na totalidade, o que tem levado pesquisadores a admitir também uma quarta dimensão do espaço, onde o vazio é nada mais nada menos que o hiperespaço ou o espaço intereletrônico - entre os elétrons de moléculas, ou interestelar, considerando que, se o vazio não existe, ele é ou está preenchido pelo plasma - fluído invisível / éter que permite a condutibilidade eletromagnética emitida.
O Espiritismo Científico, condignamente representado por grandes nomes dos mais variados segmentos das ciências, tem o éter como fluído psíquico, a determinar a origem da própria existência universal, tida como o verdadeiro estado da matéria, onde os líquidos, sólidos e gasosos são exceções e/ou derivações do estado plasmático original.
O éter seria o "meio elástico hipotético em que se propagariam as ondas eletromagnéticas, e cuja existência contradiz os resultados de inúmeras experiências, já não sendo, por isso, admitida pelas teorias físicas" (Aurélio - Dicionário eletrônico), sem nenhuma unanimidade a respeito.
Assim considerado, a energia psíquica do homem, princípio inteligente e independente da matéria, é extraída do todo universal e biologicamente interligada à matéria, desde o ato conceptivo, relação do finito com o infinito, como princípio universalista; o ato de existir, como um todo, é produto da vida universal.
Aprofunda-se: a mente possui atributos intuitivos, revelados através dos fenômenos de telepatia, criptestesia e da metagnomia, em todas suas extensões, assim como os ativos caracterizados nos fenômenos físicos à distância. As classificações, divisões e subdivisões são de variadas ordens, como podem ser verificadas na Enciclopédia de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo, de João Teixeira de Paula.
Estudando a mente e destacando o homem, pela sua racionalidade, dos demais animais, depara-se com duas teorias: a Tricotômica, que admite o espírito como elemento intelectual e, por vezes, independente do elemento efetivo; a alma, que é o princípio vital a dirigir a vida; e o corpo, que é o abrigo daqueles dois elementos. A teoria Dicotômica admite apenas a alma e o corpo, mantendo respectivas funções.
A Teologia vê a primeira teoria, como exclusiva ao homem, enquanto que a segunda engloba demais animais; porém, há divergências entre os próprios estudiosos, sendo que alguns reúnem alma e espírito numa só verdade.
Avançando, pode-se estabelecer o reino mineral como uma unidade na qual se pode distinguir partes dotadas de princípio ativo formador, pois de alguma coisa se formou e seus elementos são compostos, crescendo por justaposições.

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A HISTÓRIA SOBRE AS ORIGENS DA HISTÓRIA

1. Quando eram os deuses
Tudo teve origem, um princípio; não necessariamente uma história, porque esta somente surgiria com a escrita, depois de um longo período de representatividades em rabiscos cujas interpretações, às vezes, vagas, pela impossibilidade de se saber precisamente o que o homem da época pretendia expressar, senão sua interação total com natureza e os deuses, o mundo dos espíritos, os bons e os maus.
Com o advento da exposição de idéias por sinais gráficos, ao escriba coube historiar o princípio do ser antes da vida, conforme crença e entendimento sumer que "Da Imensidade Primeva vem à luz os Céus e a Terra", a compreender tal imensidade como existência incriada e ainda hoje não denominada, que já foi o éter ou fluído universal que deu surgimento ao Cosmo, do qual a matéria se fez exceção no incomensurável da invisibilidade.

São três as sequências cosmogônicas decorrentes, 'o Evo, o Cosmo e a Terra', o primeiro como engendrador de todo o Universo turbulento, enquanto os dois últimos separados pelo espaço vazio ocupado pela poeira cósmica, pelos ventos, pelas nuvens e tudo o que mais existe necessário para o surgimento e a sustentação da vida planetária ou aonde mais for possível estabelecê-la.
No contexto teogônico se tem Nammu, força pré-existente - o mar primordial, a dobrar-se sobre si e dar nascimento ao Deus do Céu [An] e a deusa da Terra [Ky - que se chamou, também, Ninmath - A Grande Dama; Ninhursag - A Dama da Montanha Cósmica; e Nintu - A Dama que Cria].
A Terra e o Céu complementavam-se; do amor de Nammu com Ky nasceram os tantos deuses - os Anunaki do panteão sumério, masculinos e femininos, responsáveis pelo surgimento da vida em suas múltiplas formas, estando estes deuses representados nos astros, outros corpos celestes, nos elementos e nas forças benéficas e hostis da natureza, nos meses e nas estações do ano, nas semeações e colheitas, centradas nos amores, incestos e traições dos deuses, de cujas conjunções também geraram como conseqüência, semideuses patronos das guerras, da paz, da saúde, da vingança entre os diversos que povoaram a terra.

A religião sumeriana é descrita com propriedade na obra 'Suméria a primeira grande civilização' (Amar Hamdani, tradução Maria Luiza de Albuquerque Silva, Otto Pierre Editores, coleção 'Grandes Civilizações Desaparecidas', 1978: 307-333).  
Aos Sumérios sucederam os Acadianos, a estes os Babilônios substituídos pelos Assírios secundados pelos Caldeus, cada qual a seu tempo ou, às vezes, coexistindo rivais em regiões específicas dentro do mesmo crescente fértil. 
De maneira geral estes povos mantiveram o mesmo panteão sumer, às vezes com outros nomes e sexos, contudo sem perdas dos atributos originais; apenas no decorrer dos séculos novas realidades surgentes, quando semideuses se apresentam ao lado de divindades menores, uns destituídos outros elevados, porém inalterados os relatos do surgimento cósmico, na sua essência, ainda que sob nova roupagem literária quanto ao ato da formação - visão acadiana, quando já presentes os deuses da criação do Céu e da Terra, vistos na epopeia denominada Enuma Elish: 
  • "Quando no alto não se nomeava o céu, e em baixo solo firme não tinha nome, do Oceano Primordial o seu Criador (...) quando nenhum dos deuses [corpos celestes] tinha aparecido, nem eram chamados pelo seu nome, nem tinham qualquer destino fixo, foram criados os deuses no seio das águas [do Oceano Primordial]".
    • Obra de referência: 'A civilização de Assur e Babilônia' (Georges Conteneau, Otto Pierre Editores, coleção 'Grandes Civilizações Desaparecidas' 1978). 
Mais adiante os hebreus compilam os diversos textos para ditar sua cosmogonia mística onde já aparecem os deuses na formação do mundo: "No princípio o conjunto dos deuses criou os céus, e a terra" (Gênesis Bíblica 1: 1).
Complementa a presente citação, Sabedoria 11: 17 "que [Deus] criou o mundo de matéria informe", alusão humana ao surgimento da terra como consequência de um princípio, ou seja, um período iniciado pelos deuses - Elohim, tempos astronômico e evolutivo, oriundo de uma agitação, aglomeração de matéria cósmica, condensada sobre si mesma e que deu origem ao 'big-bang', quiçá advinda de um 'big-crunch', como um universo então em expansões explosivas, dando nascimento às galáxias, nestas as estrelas entre a quais, o sol com seus planetas e corpos outros dentro do seu sistema, da mesma maneira que em todo este Cosmos ainda turbulento que o homem, hoje, principia melhor conhecer.
Ora, "Onde não havia nem céus e nem terra, soou a primeira palavra dos deuses, e toda a vastidão da eternidade estremeceu" (Mitologia Maia: Mistério do Desconhecido, Tempo e Espaço, Abril Livros, 1.993: 19). 
De um manuscrito chinês - citação mesmas obra e página: "Antes que o céu e a terra tomassem forma, tudo era vago e amorfo". 
Observa-se inquestionável paralelo com a Gênesis Bíblica l: 2 - "Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia".
Impressiona a similitude quíchua: "O Caos dominava em toda a parte, e o grande espírito planava por cima de tudo" (O Princípio dos Quíchuas, Peru, citado por Alexandre Braghine em 'O Enigma de Atlântida', 1959: 216).
Povos antigos, geograficamente separados, civilizações sem aparentes intercâmbios e com desenvolvimentos culturais específicos, possuem entre si proximidades religiosas tão evidentes que até possível fundi-las umas com as outras, sem perdas das essências. As tradições quanto às origens do universo são encontradas entre todos os povos, de qualquer continente, arquipélagos ou isoladas ilhas.
Os paralelismos e analogias não ficam apenas nos mitos das formações, encontrando-se, também, no surgimento ou a criação do homem e animais, no jardim paradisíaco, na rebelião dos deuses (anjos ou, filhos dos deuses) e consequentes expulsões, na tentação e queda do gênero humano, na perda da graça, a expulsão do paraíso, a promessa redentora com a vinda, senão do próprio deus, do filho. Possuem os mesmos elementos o dilúvio, a separação dos povos - confusão das línguas e outros pormenores, de maneiras hoje não mais aceitáveis como simples coincidências ou meras similitudes.
Hoje, a evolução linear da teoria de Darwin, acha-se ultrapassada, com seus ramos em becos sem saída da evolução, recorrendo-se então à evolução ramificada - policêntrica ou difusa; e esta é uma questão ainda mais complicadora para explicações de tantas coincidências de ordens religiosas, que parecem todas originárias de tronco comum, da mesma maneira que a filologia aponta etmo único para as classes de linguagem.
É importante verificar que, desde tempos remotos, a tendência do homem - inclusive o atual, em fazer-se animal tropical, claramente observável nos seus trajes, habitações, alimentações, parecendo sempre procurar atmosferas e temperaturas dos trópicos, promovendo calor artificial ou o frio necessário para seu bem estar corpóreo, independente dos milhares ou milhões de anos transcorridos, seja nos gelos, seja nas tórridas regiões; adaptou-se, mas não evoluiu termicamente.
Tem-se, então, que o homem é animal tropical e africano, até nova ordem, para espalhar-se por todos os continentes, arquipélagos e ilhas.
Mas, porque o atavismo religioso único? Iniciou-se com algum antepassado humano, advindo de uma única família, ou teve ele um elemento civilizador?
Necessita o homem de origem única para ter história semelhante?
Na verdade, a religião está tão intrinsecamente ligada à história humana e desenvolvimento das civilizações, que se torna praticamente impossível separa-las nas origens.
Se a etimologia aponta para uma única origem todas as classes linguísticas existentes, se o homem é um tropical africano de um único ramo racional, sobrevivente para diversidades posteriores, é notório que as primeiras formas religiosas têm, obrigatoriamente, de possuir traços e elementos comuns; todavia, o espalhamento da espécie humana para diversos e distantes pontos da terra trouxe experiências regionais diferentes, e nenhuma antiga lembrança histórico-religiosa unificada aponta para a África e nem remonta antiguidade superior aos 12 mil anos.
Desta forma, para transmissões de usos, costumes e crenças era preciso continuísmo histórico único, um estágio humano inexistente segundo as Ciências, portanto, apenas o princípio das observações inteligentes e sensações das primeiras experiências humanas em relação a natureza seriam iguais e transmitidas pelo atavismo, jamais aquelas diferentemente adquiridas por uns e não outros em regiões distintas que viriam povoar.
É aceito cientificamente que grupos humanos da antiguidade, separadamente, foram testemunhas, ao longo dos tempos, de muitos acontecimentos catastróficos regionais, vividos por uns e não necessariamente por outros, desde as agitações naturais - maremotos, terremotos, dilúvios e atividades vulcânicas entre outros cataclismos, até os ataques inesperados e provocadores de fugas, guerras e expulsões de algum lugar ideal - paraíso perdido.
Óbvias as possibilidades de assimilações culturais através de encontros intergrupais e este ou aquele grupo predominar sobre outros, para assim o fenômeno histórico-religioso análogo, todavia este fenômeno não poderia ocorrer se desligado da cultura formadora ou que tenha propiciado tais identificações, ou seja, não haveria nenhuma tradição teo-cosmogônica desacompanhada da cultura original, pois tais parecenças, ainda que adaptadas, são iguais em diferentes culturas.
Como um todo, o homem viu e sentiu o crescimento desproporcional de suas famílias - tribos, e os primeiros desentendimentos (engôdos, homicídios e guerras fratricidas) e divisões tribais para viver, a partir de então, experiências diferentes.
Com as separações tribais e avanços ou regressos históricos, cada povo fez sua cultura sempre interagindo com seu meio e os acontecimentos naturais, todavia num período relativamente recente da história da humanidade, aos tempos das navegações fenícias - 1200/500 AEC, o sistema histórico-religioso se fez comum a todos os povos, para a seguir ser adaptado, com retóricas, de acordo com circunstâncias regionais, por exemplo: "Ora a terra era solidão e caos, e as trevas cobriam o abismo, mas sobre as águas adejava o sopro dos deuses" (Gênesis l: 2), que demonstra uma nítida influência mesopotâmica - fartura de águas, contrastante com a aridez descrita em Gênesis 2: 5, ou seja, a criação de Yavé opondo-se a Elohim, seguramente sob influência palestínica. São textos próximos, notoriamente justapostos, sem a ousadia de fusão.
Também são religiosos os textos que cantam epopeias gloriosas de um povo, dos vitoriosos antepassados elevados à condição de deuses ou semideuses - divinização humana; que lamuriam derrotas, quase sempre amenizadas; que choram mortes e doenças; ou que se referem à perda de um paraíso glorioso. Nestes textos sagrados estão criados os mitos, os bons deuses e os maus, todos poderosos e responsáveis pelos acontecimentos. À incompreensão das coisas ou mistérios naturais, era atribuída responsabilidade às forças sobrenaturais.
Dentro destes aspectos coube ao homem deduzir, como ser intelectivo, os princípios criacionistas e de destruições, dentro das figuras de retóricas e imaginativas do bem e do mal, onde a um deus ou deuses benfazejos e criadores, cabiam opositores às obras.
O mundo era, sempre foi e o será, a concepção subjetiva dos aspectos do aquilo que não é bom, certamente é mau - adágio popular, encarnando-se aí deuses e demônios. A natureza tinha seus elementos de graças e desgraças, e era justo que o homem, desconhecedor dos mistérios, evocasse tais forças sobrenaturais para executar ou cumprir determinações, com óbvios resultados de erros e acertos, com as condicionais dentro dos ritos miméticos.

SIMILITUDES RELIGIOSAS ANTIGAS E ATUAIS

Para referências temporais, 'Antes de Cristo e/ou Depois de Cristo', os autores utilizam 'Antes da Era Comum [AEC] e Era Comum [EC].
1. Antigo Testamento
O mundo religioso cristão tem a Bíblia como conjunto de livros inspirados por Deus, portanto inerrôneos, embora tal opinião não seja unânime.
Alguns entendem os textos bíblicos como uma linguagem de retóricas e literatas, impróprias à compreensão atual. Outros os consideram lendários e até mesmo cópias adaptadas de outras culturas.
Ultimamente ressurgem 'aqueles' que apontam erros bíblicos e certas contradições, mesmo aquelas que não afetam as obras como um todo, apenas para fazê-la desacreditada. Geralmente não sabem o que lêem nem o que escrevem a respeito; são plagiadores de autores que não citam.
Estudiosos sérios e com certa independência em relação às seitas cristãs e judaicas, atestam que o denominado Antigo Testamento não é original, que Moisés não foi o autor do Pentateuco, e que outros livros não foram escritos pelos autores apontados. Refere-se a Yavé como um dos Elohim [deuses] bíblico que, suplantando os demais deuses se fez deus dos deuses - evidente monolatria, para somente depois tornar-se deus único - o monoteísmo.
Observa-se que a criação Elohista, lenda sumero-babilônica, ocorre dentro de um processo evolutivo coerente com as ciências atuais, eliminando-se os floreios, como um princípio gerador indefinido nos tempos, porem numa circunstância natural do meio e da época, como um ser abstrato, fruto de lendas apologéticas às crenças difundidas desde os começos das civilizações, quando o homem se viu capaz de pensar e explicar seu universo.
Elohim cria o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher conjuntamente; aqui é o homem buscando historicidade divina e identificar-se com o criador - deuses, assumindo a inteligência que o distingue dos outros animais, a consciência do eu, e do seu domínio, ainda titubeante, sobre a terra.
No texto Elohista não existe um paraíso, não aconteceu o pecado original e suas conseqüências; existe e isto sim, a idéia progressiva de que a terra e todas as coisas que nela há, está para o homem e sujeitas a ele.
A Elohim contrapõe-se Yavé, invertendo a ordem criacionista, fazendo o homem só para depois lhe dar uma companheira. Yavé, um deus de origem fenícia e com fortes influências palestínicas, tem o homem como primícia que, decaído, necessitou de pronta ação sua, com os contrastes de uma condenação hereditária e uma promessa redentorista, formando assim uma instituição religiosa para um povo eleito, provável ascendência e descendência do autor, com Yavé colocando, desde o início, exclusividade de cultos, fazendo-se antropomorfo, beirando às vezes as raias da inocência e do ridículo, buscando elevar o homem à própria condição de deus, enquanto ele próprio procura se igualar ao homem.
São textos de autores distintos, interpolados e de diferentes culturas, que copistas do século IV AEC colocaram na história judaica, sem ousadias de fundi-los.
Uma característica percebida na Gênesis Bíblica é a individualização do coletivo, dando aos patriarcas a denominação de povos, atribuindo-lhes longevidades etárias, que corresponde ao período de seus domínios, em que mantiveram independentes, ou seja tempo de linhagem tribal relevante.
Os autores, SatoPrado, sem a pretensão da verdade sabida, entendem alegoria bíblica, sem fundamentos a longevidade atribuída aos patriarcas e outros, aparentemente versão particular dos tempos dos reis sumérios, oito deles que reinaram, em média, 30 mil anos cada. 
  • De qualquer maneira, inconcebível, tal como a 'Arca de Noé' com um casal de cada animal disposto na grande nave. 
A não originalidade bíblica - Antigo Testamento prossegue naquilo que se observa quando a civilização judaica, no seu desenvolvimento, toma sempre emprestada de outras culturas, variados símbolos, aspectos e personagens, por exemplo, o Decálogo, dos povos mesopotâmicos, somente inseridos na cultura judaica entre os séculos X e VII AEC, que fornecem também as lendas referentes aos seis dias da criação, o sábado do descanso, a figura do Moisés, a torre de Babel, o paraíso terrestre, alguns demônios e outras assimilações; do Egito os judeus valeram-se da arca da aliança, páscoa, circuncisão, oblações, vestimentas sacerdotais e sacrifícios; dos gregos, absorveram o pensamento filosófico e o caráter personalístico do deus Yavé, inspirado em Zeus; nos romanos buscou o universalismo e, do oriente, o seu misticismo.
Nenhum manuscrito bíblico original, em hebraico, foi conservado, salvo alguns poucos fragmentos de duvidosa fidelidade. Os que hoje existem, em hebraico, foram transcritos do grego, no século X - EC.
O judeu jamais desenvolveu cultura própria, mas foi nessa ausência de originalidades e independências de civilização material, que pôs em maior relevo o valor das instituições religiosas e morais, como elementos básicos de sua união e sobrevivência como nação, que um dia afastou-se das lendas para fazer história.

2. Novo Testamento
As analogias religiosas não se atem apenas ao Antigo Testamento Bíblico, vista que o Novo também as possuem e em números impressionantemente consideráveis.
"Bendita és tu (...) entre todas as mulheres fostes escolhida para a obra da salvação; ele virá com uma coroa de luz (...) Virgem Mãe, pois que darás a luz a Nosso Salvador, a quem porás o nome de (...)".
Esta mensagem foi anunciada a uma virgem sobre o nascimento do prometido salvador, filho do deus altíssimo, através de um anjo mensageiro, para cumprimento às escrituras.
E a virgem foi engravidada pelo santo espírito - virtude de deus; o esposo intentou deixa-la, tão logo a soube grávida quando nem haviam se relacionado sexualmente, somente não a abandonando porque, em sonhos, lhe foi esclarecido por um anjo que, o que nela estava, era fruto do divino espírito de deus.
Avisados por um anjo, reis pastores desejaram prestar homenagens ao salvador nascido, mas perdendo-se pelos caminhos, chegaram até ao palácio de um rei que, depois de despedida dos visitantes que seguem uma estrela guia, determina matança de todos os infantes de uma região, no desejo de exterminar o filho de deus, mas fracassa em seus intentos porque um anjo do senhor avisa a família, antecipadamente, para fugir do local e se colocar a salvo no estrangeiro.
O jovem predestinado tem, em sua história, um silêncio que vai dos seus doze aos trinta anos de idade, para então iniciar sua obra redentora, em constantes peregrinações com seus discípulos.
Mas o anjo anunciador não foi Gabriel, o deus não é Yavé, a Virgem não é Maria, e o salvador não é Jesus.
Esta é a história de Krishna quando de sua peregrinação pela terra, 575 anos antes do nascimento de Jesus, que tem como fontes informativas estudos de Elsie Dubugras (Revista Planeta, publicações 141-C e 162: 'Bíblia Sagrada - Um Texto de Linhas Turvas e Carente de Originalidade', e 'Deuses Filhos de Virgens', respectivamente); Félicien Challaye ('Pequena História das Grandes Religiões', Ibrasa, 1967); e Holger Kersten ('Jesus Viveu na Índia, Best Seller, 1.986).
Entre Jesus e Krishna, existem quase quatrocentos incidentes semelhantes, inclusive a imagem do pregador crucificado, tal qual Cristo, com uma coroa de espinhos, bem como a ressurreição dentre os mortos e a elevação aos céus.
"Disse-lhe o anunciador: Exulta-te oh! Virtuosa e sê feliz, pois o filho ao qual darás a luz é Santo."
Este nascimento fora prenunciado por um mensageiro - anjo, com concepção divina; a criança quando apresentada no Templo foi tomada nos braços por um velho religioso que, exultante tal qual Simeão com Cristo profetizou-lhe a missão terrena.
Quando na puberdade, com doze anos, o santo desgarrou-se de seus pais, durante uma viagem, para ser encontrado depois, num templo, debatendo com velhos sábios acerca das coisas sagradas.
Inicia sua missão em idade próxima aos trinta anos dirigindo-se, inicialmente, a um deserto onde esteve por quarenta dias e quarenta noites, em jejum e meditação, ocasião em que é tentado pelo demônio. É um pregador pobre que escolheu doze seguidores, sendo que os primeiros a serem chamados estão assentados à sombra de uma figueira; dos doze, dois são irmãos; tem predileção por um, e dentre eles, existe um traidor que, no entanto, não consegue realização de seus intentos.
O pregador é Buda e sua história também tem outras analogias com a de Jesus, conforme descreve Holger, e com algumas práticas bem próximas a uma das principais seitas do Cristianismo, o Catolicismo Romano.
Existem relatos, de que pelo menos quatorze dos redentores que se sacrificaram pela humanidade, tiveram história semelhante a de Jesus, desde a anunciação e nascimento virgíneo, até à morte sacrifical, com ressurreição e ascensão aos céus.
Destas citações compreendem-se paralelismos religiosos, justificando a tese de um único tronco formador religioso, mais ou menos comum a todas as civilizações - povos e raças, entendendo ser lógico que, diante de tantas coincidências, é provado a não originalidade das religiões cristã e judaica, ficando até mesmo a verdade de que Jesus, longe de ser histórico, foi apenas o símbolo do Cristo ideal.
Um estudioso de religiões, independente e sem sectarismo, pode perceber as notáveis semelhanças entre católicos e budistas, quanto aos cerimoniais com uso de velas, incensos, rosários, água benta, imagens de santos, sinal da cruz, instituições próprias para formações de iniciados, indumentárias sacerdotais, determinação celibatária, os dias especiais de santos, jejuns, penitências entre outros detalhes não menos importantes.
São também impressionantes as semelhanças vistas entre o Mitraísmo e o Cristianismo, em especial a seita Católica Apostólica Romana, que vão desde o batismo à santa ceia, passando por tantas outras coincidências, que tais não podem ser vistas como meros pontos acidentais.
O Mitraísmo, considerado uma religião salvacionista e de mistérios, empolgava as massas entre os séculos I a III, e não fosse o Cristianismo ser adotado, em seu lugar, como religião oficial do Estado pelo Império Romano, o mundo seria Mitraísta conforme bem colocado por Challaye.
O fanatismo católico dos primeiros tempos arrasou os seguidores de Mitra, no século V, não sem antes absorver deles doutrinas e ritos. Eram duas religiões extremamente iguais, para conviverem juntas (Challaye, op.cit).
Para justificar tantas coincidências de mitos - lendas e panteões religiosos entre povos diversos e distantes, alguns estudiosos determinam que, em algum lugar do passado histórico humano, houve alguma civilização adiantadíssima, em relação às demais, a ponto de influenciar de maneira significativa àquelas outras culturas.
Mas, alguns requisitos básicos tornam-se necessários para tais acontecimentos: a civilização dominante deveria estar num estágio evolutivo desproporcional, em relação às demais; ter-se desenvolvido com elementos mais próprios possíveis; apresentar avanços tecnológicos; ter estabelecido contatos ou domínios mais ou menos longos com os influenciados; e sua obra ter sido de caráter quase que universal - estabelecimento de colônias distantes, mas sempre assistidas, em partes distintas do globo, alem de fazer de seus primeiros discípulos, pregoeiros das boas novas ensejadas.
Especialistas há que exigem que a própria derrocada do império dominador tenha sido, senão catastrófica, pelo menos violenta, para que os relatos dos sobreviventes ou testemunhas tivessem deixado marcas profundas nas mitologias e lendas, bem como nas consciências dos povos submetidos ou aliados.
Estabelecidos os pontos, voltamos às grandes civilizações do passado, das quais sem dúvidas destacou-se a sumeriana como a primeira e mais importante delas.
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ELEMENTO CIVILIZADOR GLOBAL

O primeiro humano, até segunda ordem, é africano, enquanto a Suméria a primeira grande civilização, do 5º ao 2º milênio AEC, na Mesopotâmia, território em forma de lua entremeio ao Tigre e Eufrates, por isso a denominação Crescente Fértil.
Não se sabe, com exatidão, a origem do povo sumeriano, pressupondo-o descendente de grupo Nilota [África Oriental] que, após longa peregrinação pela região do Kuzesquitão (Cazaquistão), sudoeste do atual Irã, aonde se misturou com o Elamita [predominante] antes de instalar-se ao sul da Índia (7500 AEC), entre os rios Narmada e Mahanadi, para dominar tribos Munda que vivia o neolítico, ainda nômade sazonal como coletor e caçador, que se tornou então sedentário, aprendeu o pastoreio e evoluiu até a condição de agricultor, já como povo proto-dravidiano, conforme atesta vocabulário e gramática do antigo elamita cognado com o munda para o drávida.
A presença Nilota/Elamita em subcontinente indiano é comprovada, também, nas tribos Brahuis e Gondis - grupos isolados de ancestralidade proto-dravídica. O povo Munda é originário do nordeste da Índia.
Por analogia, quanto às formas linguísticas locais aplicadas para acontecimentos históricos ou lendários, identificam-se os invasores Nilota/Elamita denominados Adima, ou seja, o primeiro em chegar - aquele veio ou chegou de determinado lugar, enquanto o Munda subjugado na região entre rios [Narmada e Mahanadi] se uniu ao Adima na condição de Hevakin, vocábulo sânscrito com significado de povo unido [devotado a] do radical Hava/Heva [devoção/oferenda sacrifical]. Adima, mais tarde transformado em Adapa na mesopotâmia, se tornou o Adão bíblico, enquanto Heva hebraizada se chamou Eva [Vida].
Dentre os lavradores e pastores do sul da Índia se destacou um segmento que a si mesmo denominava Sag-gi-ga - 'Povo de Cabeças Negras', o que nos faz presumir uma classe que cobria a cabeça com mantos negros [capuz]. Essa sociedade designava sua habitação [posteriormente sua terra] de Ki-en-gir com o significado de 'Lugar dos senhores civilizados', ou seja, daqueles que detêm conhecimentos e domínios das técnicas para desenvolvimentos ou aprimoramentos por diferenciação social, divisão do trabalho, urbanização e concentração de poder político, econômico e eclesial.
Apesar do relativo isolamento geográfico do sul da Índia, para a época, as sociedades ali fixadas apresentavam progressos e desenvolvimentos maiores que as populações das demais regiões indianas, em causa das influências dos 'Sag-gi-ga', uma questão ainda não totalmente fechada.
De princípio não se pode apontar o 'Sag-gi-ga' como classe sacerdotal ou alguma fraternidade; quando muito um grupo de observadores das fases da lua, o comportamento do mar, as cheias e baixas dos rios; o decorrer do dia através das posições do sol, as movimentações dos corpos celestes, as estações que se repetiam de tempo em tempo, o reconhecimento das alternâncias meteorológicas, os tipos de vidas animal e vegetal em diferentes ambientes, as variedades de solo e suas propriedades, o valor da água e a fertilização da terra, melhores tempos de cada tipo de semeaduras e respectivas colheitas.
Com o decorrer dos tempos, ou, à medida que se constatavam as regularidades cíclicas por métodos associativos, tornou-se mais eficiente prever acontecimentos naturais para o período seguinte, sabendo a melhor época para o plantio de qual espécie, ou qual melhor tipo de terreno para as variedades vegetais, além do aproveitamento das águas dos rios e da chuva, portanto uma combinação de dados para melhor interação com a natureza.
Igualmente através de observações entendiam o ciclo da vida humana e muitas de suas doenças, bem como as reações aos experimentos curativos e a morte; também a compreensão, melhor possível, da natureza humana, o emocional, o sentimental, o raciocínio, a inteligência, a memória, e as deparações inevitáveis com subconsciente e o espiritual.
Os 'Sag-gi-ga' foram homens que saíram do povo para se tornarem dominantes, sabendo explorar o medo natural humano do incognoscível e o pavor diante da natureza, além daquela curiosidade inata ou tentação em experimentar situações, favoráveis ou adversas.
O homem primitivo realmente temia a natureza quando esta lhe era hostil, ao mesmo tempo em que a admirava nos momentos favoráveis; outro grande temor era a morte. Talvez a maior incompreensão do homem primitivo estivesse no enigma dos sonhos, desconexos por vezes, mas quase sempre a lhe reavivar pesadelos, celebrar alegrias e, inclusive, trazer de volta os mortos, mesmo que por instantes.
Portanto, o saber melhor da natureza e do homem dava, aos observadores 'Sag-gi-ga', destaques perante as demais gentes, porque sem dúvidas se mostravam diferentes e eram vistos assim, desiguais ao comum, por isso mestres, bruxos, místicos, visionários, necromantes, encantadores, profetas, videntes e outras denominações que se encaixam perfeitamente naqueles que sabiam explorar os medos e ansiedades do homem, que sabiam explicar a existência pós-morte e conseguiam contatos com aquele universo invisível, fossem os desencarnados, os deuses, espíritos protetores ou mesmo os malfeitores [malignos], traziam-nos à terra para as mensagens, consultas e realizações.
Os 'Sag-gi-ga' faziam o povo acreditar nas extensões dos poderes que os invocados possuíam, com visão muito mais abrangente das verdades deste mundo, passado, presente e futuro, vez que libertos dos liames da carne, suas limitações e estreitezas. Como excelentes intérpretes, sabiam causar impressionismos e, cada qual à sua maneira, desenvolvia regras e doutrinas mantidas no mais absoluto segredo, para que não perdessem aquela aura de mistérios e encantos, transmitindo seus conhecimentos apenas a algum escolhido.
Esses observadores, individuais ou em grupos, se atraíram para formar uma classe distinguida nas ciências do conhecer e saber, e bem logo compreenderam a arte de governar e manter o povo unido sob dominação, através das imposições, depois pelas regras, leis e tratados, com punições ao descumprimento. Pode-se dizer que, em algum momento, os 'Sag-gi-ga' se uniram como membros de uma confraria, na qualidade de Sacerdotes ou mestres, sob a liderança provável de quem os contatou para aquela formação, certamente posto por 
Sumo Sacerdote ou Grão-Mestre; não se sabe.
Das suposições para a realidade, a primeira grande conquista dos 'Sag-gi-ga' foi transformar tribos nômades em sedentárias, fixa-las em regiões determinadas para as práticas agrícolas e de pastoreio, com a consequente elevação de povoados que, depois, se transformam em cidades. Outra importante realização foi canalizar águas dos rios para irrigar a terra, quando, em que quantidade e para onde queriam; sabiam armazenar água para os tempos de estiagem.
Os 'Sag-gi-ga', sem dúvidas, foram os Sacerdotes ou mestres primeiros dos dravidianos, afinal eles detinham os 'segredos dos deuses', uma longa lista de conhecimentos, do ciclo do plantio ao movimento dos corpos celestes, passando pela cura do corpo humano e o desvendar segredos da alma, através de um conjunto de princípios elaborados por base de um sistema político, social e, sobretudo, religioso. Essa maneira de entender os tantos deuses, interpretar suas vontades e realizar o bem estar humano através de melhor interação com a natureza, faz pensar ter sido suas doutrinas as raízes do antigo hinduísmo.
Aparentemente os 'Sag-gi-ga' não transformaram as prósperas comunidades em cidades-estado, com capacidade de defesa própria ou de união para defesas de interesses territoriais e outros em comum. Também não militarizaram a região ocupada, senão algumas tribos aliadas ou confederadas postas em regiões estratégicas para anunciar chegadas de inimigos, a tempo de preparo para o combate.
Num certo tempo aproximou-se o inimigo, para cooptar uma das tribos guardiãs e adentrar o vale, quase sem resistências, antes de espalhar-se por toda a região, enquanto os 'Sag-gi-ga' coordenavam a retirada de grupos humanos, para uma longa peregrinação pelas costas índicas e do golfo, até a Mesopotâmia, por volta de 5 mil anos AEC.
A retirada ou expulsão dos Adima e Heva [do paraíso entre rios] se fez lembranças tribais na região mesopotâmica, posteriormente acrescidas dos mitos Caim e Abel, lendas ainda hoje integrantes da cultura religiosa do judaísmo e cristianismo, além das presenças marcantes em todas as culturas e tradições espalhadas por todos continentes.
Nem todos proto-dravídicos acompanharam a saga 'Sag-gi-ga', antes se espalharam por outras regiões indianas e em partes da insular Sri Lanka [antigo Ceilão e Taprobana], onde ainda hoje identificados na etnia Tamil. Bem mais tarde no tempo, por volta de 1500 AEC, quando os arianos invadiram e conquistaram o Vale do Indo - rio que corta o atual Paquistão, por lá florescia a cultura dravídica, com notável progresso tido por herança de seus ancestrais do sul da Índia.
A região mesopotâmica em forma de lua crescente deu causa do nome Shinar [a bíblica Sinar] aos novos chegadores, ou seja, habitantes da lua entre os rios, não por coincidência Shinar ter raiz em Sinnu - deus lunar ou deus da lua, divindade maior cultuada pelos conquistadores. O designativo Sumério [do acadiano Shumer], pelo qual posteriormente conhecido aquele povo, diz respeito tão somente à língua aglutinativa de composição e ergativa, diferente de qualquer outra falada na região e circunvizinhança.
Para efeitos práticos adotam-se o sumério, sumer ou sumeriano, como habitantes da Mesopotâmia, entre o 5º e 2º milênio AEC, originários do sul da Índia.
A experiência agrícola e de pastoreio, ao sul da Índia, correspondeu para que a região mesopotâmica, sob domínio sumeriano, igualmente experimentasse a revolução neolítica, ou seja, a sedentarização dos povos regionais que, deixando de ser dependentes dos recursos naturais, se tornaram produtores e pastores, residentes em povoados para a formação dos primeiros centros urbanos.
A agricultura foi bastante eficaz ao sul porque em solo fertilizado pelas inundações periódicas, ou regimes, do Tigre, Eufrates e tributários, além do uso da canalização das águas dos rios, o que obrigou o desenvolvimento de técnicas de engenharia para um complexo sistema hidráulico para melhor utilização dos pântanos, através de drenagens; construções de canais para condução e melhor distribuição das águas em áreas mais distantes e carentes; armazenamento das águas, em açudes, para épocas de estiagem; aterramentos de terrenos, construções de pontes e caminhos de ligações entre as cidades que se desenvolviam.
A região norte, montanhosa, apresentava condições de boas pastagens, situação diferente dos dias atuais, onde a desertificação transformou em muito o panorama, especialmente nos últimos 2.500 anos. Desta região descem os afluentes do Tigre e Eufrates, estes vindos das montanhas da Armênia para o deságues no Golfo Pérsico, depois de banharem o rico platô entre eles.
O progresso agropastoril com a conseqüente melhoria de vida da população atraiu gentes de outras regiões, o que fez aumentar em muito a população e o número de cidades, surgindo outras categorias de trabalhadores, os artesãos, mineradores e, em especial os mercadores que, pelos desertos ou pelo mar, promoviam ativo comércio de excedentes, inicialmente à base de troca, desde à Ásia Menor [extremo ocidental do continente asiático, entre o Mediterrâneo, Mar Egeu, o Mar Negro e os Montes Taurus], Egito e a Índia, onde se estabeleciam colônias -feitorias de caráter estritamente comercial, em tono das quais se desenvolviam núcleos urbanos.
A formação de colônias e feitorias foi a melhor forma de espalhamento sumeriano. Para coordenar sua realização surgiu a organização gentílica com ativo comércio à base de trocas, que se estendia à Ásia menor, ao Egito e à Índia.
Todo este avanço exigiu a formação de um governo organizado, central e forte, sob comandos eclesiais, apoiados em cidades-estado com algum Sacerdote no comando geral, religioso e judiciário, enquanto ao nomeado 'Lugal' [Homem Grande] competia fazer cumprir as leis e regras estabelecidas, controles de produtividades, as arrecadações de impostos, obras públicas e outras atividades administrativas delegadas, além da defesa territorial através de uma estrutura militar eficiente.
Com o tempo o poder civil tornou-se hereditário, quando o Lugal se fez Rei, e em alguns momentos da história de cidades-estado, os poderes se rivalizaram, sem jamais ocorrência de desrespeito do Lugal ou o Rei ao exercício espiritual do Sacerdote, mas quando da chegada dos acadianos, no fim da era sumer, os Sacerdotes estavam alijados do poder e a grande nação à deriva.
O poder organizado e a paz entre cidades-estado facultaram, ainda mais, o progresso interno sumeriano, com surgimento dos ricos comerciantes e proprietários, para encabeçar a sociedade sumeriana junto à população livre, conquanto os escravos, geralmente estrangeiros obtidos em pilhagens, guerras e saques, podiam se tornar livres após determinado tempo de servidão, ou por atos de bravura a favor do estado ou de seu senhor.
O relacionamento exterior, através de suas colônias e feitorias, foi bastante significativo para o desenvolvimento de outros povos, cabendo nisto a visão mercantilista já além das simples base de trocas, fatores importantes para o surgimento da escrita - os primeiros registros de mercados, a matemática para a ordem e estabelecimento de valores, os padrões monetários de pesos e medidas, a aplicação do calendário eficiente para o controle de safras e entressafras locais e estrangeiras, além do estabelecimento e aperfeiçoamento de leis internas e de relações exteriores.
Todo o sistema sumeriano parecia voltado ao sistema econômico que compreendia construções de casas, fabrico de ferramentas para eficiência agrícola e melhor aproveitamento da força animal -montaria, aragem de terra e transportes, a abertura de estradas para trânsito seguro e escoamento de mercadorias, a roda - para agilização do meio de transporte, e demais situações que exigiam novas classes trabalhadoras, como oleiros, marceneiros, fiandeiros, tecelões, condutores [transportadores] de mercadorias, preparadores de conservas [doces, carnes, couros, laticínios, vinhos e azeites], ourives e outros trabalhadores diversos, muitos na arte de equipar exércitos, especializando-se nos fabricos de armas e proteções, tudo enfim de grande importância no processo de urbanização.
Por trás de toda essa estrutura ainda estavam os 'Sag-gi-ga' em seus 'Ki-en-gir', onde concentrados os Mestres que, entre outros atributos, formavam escribas, literatos, matemáticos, médicos, engenheiros, astrônomos, professores, líderes de governo e, entre outros formandos, em algum tempo também os demiurgos.
A história não dá saltos, segundo o decodificador do Espiritismo, Allan Kardec, mas parece ter havido uma exceção, com referência ao povo sumeriano segundo Amar Hamdani ('Suméria, a Primeira Grande Civilização', edição Otto Pierre, 1.978), que ele considera de origem desconhecida e de língua enigmática, ao que Ourssel Masson ('La Philosophie en Orient') diz assemelhar-se apenas ao dravídico indiano e do antigo Ceilão, numa séria suposição que a civilização sumeriana relacionou-se ou era ramo dos dravidianos (Félicien Challaye, Pequena História das Grandes Religiões, Ibrasa, 1967).
Alguns ficcionistas, e mesmo autoridades sérias, apostam em civilizadores extraterrestres para justificar a evolução sumeriana, contudo tais hipóteses ficam em meras especulações, mesmo quando se trata do enigmático e desconhecido 'Planeta X', do nosso sistema solar, que tem merecido atenções de cientistas, como John Anderson, pesquisador da NASA no Projeto Pionner, do Centro de Pesquisas Ames (
Philippe Piet von Putten, Revista Planeta - Editora Três, nº 127, entrevista com Zechariah Sitchin: As Pistas do 10º Planeta).
Os alienígenas do 'Planeta X', em retorno de uma das viagens à Terra, teriam caído no Oceano Índico e, assim, chegado à Suméria onde reverenciados como deuses e chamados Anunnak - Anunaki; a partir deste contato a Suméria teria se desenvolvido de repente, progresso ímpar e de forma espantosa.
Referido 'Planeta X' tem aproximação maior com a Terra e se torna visível a cada três mil e seiscentos anos, por um período que se denomina 'janela aberta', quando se realizam possíveis viagens ou contatos com a Terra.
Aliás, tem sido o próprio Sitchin defensor maior dessa tese, ele que, além de renomado escritor, é um dos apenas quase duzentos homens no mundo que lê e decifra a escrita sumeriana, portanto merecedor de interessante e elucidativa matéria na coleção Mistérios do Desconhecido (Contatos Alienígenas, Abril Livros, 1993).
Para Sitchin, o 'Planeta X' não é outro senão Nibiru, cujas possibilidades de existência foram encontradas nas descobertas arqueológicas sumerianas, em antigas inscrições traduzidas.

Já de há muito, exegetas bíblicos mais avançados têm aventado indícios de que extraterrestres tenham mantido contato com humanos, destacando alguns textos bíblicos como Gênesis 6: 2-4: "Viram os filhos dos deuses que as filhas dos homens (...) [e] os filhos dos deuses se uniram às filhas dos homens".
Porém foi Sitchin quem, com sua autoridade de linguista e estudioso bíblico, estabeleceu neste contexto o surgimento do homem desperto para a civilização, portanto a Suméria, e a origem de sua religiosidade, explicando o livro Gênesis - cópias e adaptações de antigos textos sumerianos, já com roupagem babilônica, na identificação com os filhos dos deuses, ou sejam, os extraterrestres.
Sitchin não é levado a sério por outros estudiosos, que consideram mitológicas as sagas sumerianas, mas a tese é notória, preenchendo os requisitos exigidos para um elemento civilizador universal, embora sua comprovação, se mito ou realidade, somente quando Nibiru, se existente, aproximar-se novamente da terra e possibilitar contatos.
Ainda hoje nenhum telescópio detectou Nibiru, de maneira incontestável, embora especialistas astrônomos atuais confirmem, através do estudo das órbitas de Urano e Netuno, a possível materialidade de um outro planeta, ainda desconhecido, em nosso sistema solar, embora pequeno, mas poderia ser o tal 'Planeta X' conforme Sitchin em entrevista a 'von Putten'.
Os autores SatoPrado não consideram sérias as interpretações do gênero, portanto, excluída a influencia civilizatória extraterrena. Para os autores o povo sumer, com ou sem paralelos linguísticos com os drávidas, surgiu na região da Mesopotâmia entre o 5º a meado do 4º milênio AEC, num encontro com povos nômades e seminômades vagantes pela região, com pouco cultivo, vida pastoril insipiente, valendo-se dos artefatos em pedras e alguns poucos utensílios talhados.
A fixação sumeriana não encontrou resistências e, de forma tão súbita quanto seu aparecimento na região, determinou uma vida sedentária, instalando cidades, irrigando campos, criando uma vida social sem precedentes e regrada pelo direito, incremento às artes - em belas esculturas, aplicando um sistema inteligível de escrita - primeiro no mundo, as regras numéricas e matemáticas, estudos e tratados de astronomia, práticas e avanços das ciências médicas, desenvolvimento da ciência militar, e uma engenharia arquitetônica revolucionária, princípio dos arcos nas construções.
Apesar dos tantos avanços comprovados, os especialistas consideram a literatura sumeriana bastante pobre, a despeito dos seus personagens e contos, posteriormente plagiados e adaptados, dar vida aos deuses formadores do mundo, da terra e tudo que nela há, inclusive o homem com suas religiões e histórias de origens observáveis em todas as culturas, com influências nos usos e costumes, na moral e regras sociais, além dos avanços técnicos e de estudos.
Se a literatura sumeriana não foi das mais ricas, dela, no entanto, se destacam as Mitologias da Criação, do Dilúvio e de seus Deuses, juntamente com outras narrativas épicas, todas emersas sob manto babilônico e assim postadas na Bíblia Judaica, noutros Livros Sagrados e/ou nas tradições orais de toda a humanidade.
Os sumerianos não tiveram literatura sagrada propriamente dita, nem ao menos legou à humanidade o seu sistema religioso definido de crença, porque não o tinha; contudo sua visão metafísica penetrou tão profundamente nos povos circunvizinhos, que é impossível não identificá-la nas civilizações que lhe sucederam e naquelas que posteriormente se formaram.
Apesar de todos os avanços da Civilização Sumeriana, não foi ela aquilo que se pode denominar de elemento civilizador universal cultural religioso, quando muito reconhecida a sua importância na formação dos povos regionais, a partir dos seus sucessores imediatos no Crescente Fértil, os acadianos e babilônios, além dos circunvizinhos egípcios, fenícios, palestinos e semitas em geral.
A influência sumeriana regional é inquestionável, suas lendas de cunho místico ou, religioso, estão entre aqueles povos que adotaram os mesmos deuses, posteriormente com adaptações locais, com as mesmas representatividades antropomórficas, à exceção do Egito [e sua extensão africana] cujos deuses tinham, quase sempre, representações antropozoomórficas.
A Suméria, apesar de não ser ela a nação civilizadora universal, sem dúvidas foi o berço cultural da humanidade e, assim, a responsável primária pelas tantas similitudes originais histórico-religiosas encontradas em todas as tradições extintas e atuais.
Porque a Suméria o berço civilizacional e religioso da humanidade?
Pela razão única que eles inventaram a escrita e souberam colocar como suas as visões metafísicas dos povos com quem manteve contatos, ou daqueles que ouviram falar dela.
Se a Suméria sabidamente não se lançou aos mares com tanta ousadia, nem se meteu em viagens transoceânicas, como fez chegar seus elementos religiosos aos outros povos tão distantes?
Pelos fenícios, povo de origem semita, originário das costas setentrionais do Mar Vermelho, com presença certa na mesopotâmia onde fortemente influenciado pela cultura sumeriana, antes de migrar para uma estreita faixa de terra onde atual Líbano e pequenas porções da Síria e Israel, num território apertado entre o Mediterrâneo e as montanhas, estando no litoral suas principais cidades, Ugarit, Arad, Biblos, Sidon e Tiro.
A partir do sistema de escrita sumeriana os fenícios inventaram o alfabeto consonantal, com vinte e dois sinais gráficos para representar os sons das palavras, já com novo e moderno sistema gráfico. O alfabeto fenício, complementado por vogais, deu originou ao grego, cuja variante seria o egípcio (Enciclopédia Simpozio, Filosofia da Religião).
Dos sumerianos os fenícios adotaram igualmente o sistema de cidades-estado, com poder político quase sempre exercido por reis locais assessorados pelos conselhos dos Anciãos e dos Magistrados. Do mesmo modo estabeleceram contatos de comércios com povos circunvizinhos e ilhéus, através de concessões, feitorias e colônias.
As proximidades com o mar e a dificuldade de terras agricultáveis levaram os fenícios, desde logo, se aventurarem ao mar, desenvolvendo a arte de construir navios e das técnicas de navegações, atingindo portos cada vez mais distantes e ultramarinos, levando aos diferentes povos os seus instrumentos agrícolas - aprimorados dos sumérios e dos cretenses, e objetos de metais [ouro, prata, bronze e cobre] para usos diversos, inclusive em armas de guerras e adornos, além dos utensílios cerâmicos..
Os fenícios foram tão grandes navegadores, comerciantes e feitores, quanto prestadores de serviços para outras nações, por vezes dispondo seus navios para conduzir estrangeiros para comercialização em distantes locais, quando não em missões de trabalhos ou de reconhecimentos de novas terras.
A religião fenícia era politeísta, com destaques para as antigas divindades terrestres e celestes advindas do panteão sumeriano, talvez em causa dos registros escritos. Praticamente os fenícios não se deram ao trabalho de acrescer nenhum deus ao rol sumer, por exemplo, nenhuma divindade protetora para os navegantes lhe foi designada.
Cada cidade-estado tinha seu deus maior - tipo Baal [Senhor] com o nome próprio representativo de sua função, a exemplos Eshumun - deus da saúde, protetor de Sidon, enquanto Adônis - deus de Biblos era divindade da vegetação, com correspondente sumer em Ashtart - depois a divindade caldéia Ihstar, a mesma grega Astartéia.
Os fenícios sacrificavam animais para as divindades, além das oferendas com frutos da terra ou das primícias dos seus trabalhos; em algum tempo os deuses teriam exigido sacrifício humano, procedimento não incomum no antigo Oriente Médio, como consta pela aceitação de Abraão imolar o filho Isaac, ato não consumado como aquele por Jefté, que sacrificou sua própria filha a Yavé em conseqüência de ato votivo (Juízes 11: 29-39). A Bíblia (II Crônicas 28: 1-3 e referências) atesta e condena a prática de sacrifício humano por alguns dos reis hebreus e, em outros livros, determina as proibições de tais práticas (Levíticos 18: 21, Deuteronômio 18: 10 e referências).
Inserido nestas linhas de pensamentos surge como elemento colonizador o povo fenício, conhecido como a civilização dos navegantes comerciários, que se lançou aos mares e oceanos, fundando colônias e feitorias, ou adquirindo concessões para postos e entrepostos comerciais, estabelecendo suas principais rotas marítimas.
A Fenícia mantinha estreitas relações com o Egito, a tal ponto que o Faraó Nekaó (609/594 AEC),financiou uma expedição marítima realizada pelo navegador fenício Haram, que saindo pelo Mar Vermelho ganhou o Índico, contornou a África, singrou águas do Atlântico para chegar ao Egito, pelo Mediterrâneo (Cláudio Vicentino e Gilberto Marone, 
Livro 3, História Geral I, 2ª edição Anglo Vestibulares, 1990/1991). O Egito se ergueu culturalmente sob fortes influências sumerianas.
Salomão (971/932 AEC), rei hebreu cuja nação era fortemente influenciada, cultural e religiosamente, pelos povos mesopotâmicos, utilizou-se dos navegantes fenícios e, às vezes, frotas de seus navios, para viagens comerciais com a Espanha, que duravam três anos, partindo do Mar Vermelho (Bíblia, II Crônicas 9: 21 e I Reis 10: 22, mais as referências).
No livro bíblico (I Reis 9: 26-28), Salomão determina construção de uma frota equipada pelos fenícios e por eles conduzida, e que chegaram até Ofir. Em II Crônicas (8: 18), o rei fenício mandou a Salomão navios e gente prática do mar que foram a Ofir.
Dos textos referidos, cabem atenções quando das colocações chegaram até Ofir, distinto de foram a Ofir. Salvo se por problemas de antigas traduções/versões, tem-se a impressão que Ofir não era situada na rota comum das navegações de Asion-Geber, no Mar Vermelho, até a Espanha, sendo que o texto bíblico deixa transparecer que a chegada da frota de Salomão até Ofir, embora comum para os fenícios fora uma grande proeza, muito mais que ir à Espanha.
Contudo, onde localizar Ofir?
A Bíblia narra viagens fenícias à Espanha a serviço do rei Salomão, e cita outras em que, para o mesmo rei, se dirigiram até Ofir, em busca de ouro, madeira e pedras e outros metais preciosos.
Ofir, um lugar ignoto, não poderia ser assim tão perto, nas cercanias do Mar Vermelho ou Oceano Índico, como ensejam os principais exegetas que a apontam na Etiópia, Arábia Feliz, Índia. Assim, nem tanto especulativa, como veremos, a localidade de Ofir foi posta até na América do Sul e, nesta, o Brasil e Peru.
Antes do bíblico Salomão os fenícios já faziam navegações transoceânicas desde o Mar Vermelho até o Mediterrâneo, contornando o continente africano. Outras navegações apontam os fenícios no extremo oriente, pelo sudeste asiático, e nada segredos que eles chegaram aos países baixos da Europa, conheceram a Groenlândia, a Islândia e estiveram em terras americanas do norte e do sul, pelo Atlântico e Pacífico.
Ora, se a Escritura não define onde localizar a Terra de Ofir deixa-nos, entretanto, algumas pistas históricas e de filologia, conforme temos: 

-I Reis 10: 11, em cópia transliterada, Apir está para Ofir, enquanto em I Crônicas 29: 4 encontra-se Apira para a mesma Ofir, e Aypira também traduzida por Ofir - vide I Reis 9: 28.-II Crônicas 3: 6 diz que o ouro era das águas dos Parvaim.Referidos lugares ou denominações não foram encontrados no Oriente Médio, Sudeste Asiático e África Oriental.
Henrique Onffroy de Thoron em sua monografia histórico-filológica a partir dos relatos bíblicos, I Reis 9: 26, II Crônicas 9: 2, 20:3 6 e referências, ao narrar viagens fenícias a serviço do rei hebreu Salomão, a partir de Asion-Geber, no Mar Vermelho, à Espanha [Tarsis], menciona algumas empreitadas até Ofir e Parvaim, locais que não hesita coloca-los em continente sulamericano.
A obra original de Thoron, 'Voyages dês Vaisseaus de Salomon au Fleuve dês Amazones', foi publicada em Genova [Itália 1869] e Manaus [Brasil 1876].
Pelas considerações de Thoron, Parvaim significa águas, no sentido de rios que se encontram, e a palavra transliterada deve ser posta Parva-im, mais propriamente Paru-im, apontando dois rios, Paru e Apu-Parim [Paru e outro Paru], que unem suas águas para formação do Ucayale, afluente do Solimões.
Ao tratar das viagens do fenício Hiran ao Peru, a serviço de Salomão, pelo rio Amazonas [sua foz no Atlântico], entre 993-960 AEC, tais descrições permite-nos juízo no bíblico I Reis 10: 11, cujo texto transliterado Apir [Aypir - versão samaritana] estaria para Ofir, com significado de água.
Assim, em I Crônicas 29: 4, Apira [aquele que trabalha na água ou minerador], igual Aypira, I Reis 9: 28, traduzida por Ofir, enquanto II Crônicas 3: 6 informa que o ouro [de Ofir] era das águas de Parvaim ou Farvaim, no sentido de rios que se encontram, com a transliteração Parva-im obliterada do hebraico Paru-im - rios auríferos, considerando plural a terminação hebraica 'im'.
Desta forma, diante do mesmo silêncio bíblico a Ofir, Paru-im tão somente remete-nos ao Peru, onde os rios Paru e Apu-Paru [Paru e rico Paru] unem suas águas [Apurimac] para formar o Ucayale, nome pelo qual se conhecia o rio Amazonas por volta de 1000 AEC. Da mesma maneira, desde aproximadamente mil anos AEC se conhece o rio Solimões, denominação tida por obliteração de Salomão, para a população nativa incapaz de pronunciar o hebraico Salomão [paz, pacífico] - Shalom/Sholomom.
Porque os israelitas utilizavam-se, pelos fenícios, a rota contornando a África para se chegar à Espanha? Não seria mais econômico e viável pelo Mediterrâneo?
Osvaldo Ronis, Geografia Bíblica edição 1.975, traz a explicação de que o Mediterrâneo é de pouca profundidade na costa palestínica, assim impedindo a aproximação de navios de maior calado, mesmo dos tempos antigos; razão pela qual o Mediterrâneo não funcionava, para Israel, como caminho marítimo, antes o isolava do mundo. Nesta obra, onde o autor descreve sobre a Geografia Palestínica e não sobre aquelas viagens, destaca-se que os israelitas valiam-se dos portos fenícios no Mediterrâneo e poucas vezes do porto de Jope, sob seu domínio, dado os recifes e bancos de areia.
Logicamente cabem discordâncias das explicações de Ronis e, longe de discussões e pressupostos, a realidade era que os fenícios atingiam, pelos mares e oceanos, as mais distantes terras, inclusive atingindo as Américas, onde as marcas de suas passagens, sobretudo na América do Sul, não são meros indícios, e das quais ainda não perderam lembranças.
Matéria de Antônio Carlos Dumortout Werneck ('A Esfinge da Gávea', Revista 
Planeta - Editora Três, de numero 14, 1973) cita estudiosos e autores diversos que descrevem e afirmam as passagens dos fenícios pelas Américas, no caso, o Brasil. Também, na Revista Planeta nº 198, edição mensal março de 1989, Aurélio M.G. de Abreu ('Pedra da Gávea - O Mito e a Realidade') faz citações de especialistas que atestam presença fenícia no Brasil. Se as matérias não trazem a profundidade desejada para o assunto, também não eram esses os objetivos, por outro lado citam excelentes fontes de pesquisas.
Mas como os fenícios chegavam à América?
Se o contorno do continente africano não lhes era desconhecido, nada poderia obstá-los no avanço à América do Sul. Poderiam, também, chegar pela rota dos escandinavos, aos atuais territórios Canadá e Estados Unidos, caminhos que os celtas e viquingues utilizaram, comprovadamente, tempos depois. Outra rota seria pela China - que manteve algum contato com a América, ou pelas ilhas do Pacífico em direção às costas americanas, pelos prováveis caminhos dos melanésios.

Efetivamente os fenícios fizeram isto?
Primeiro há de se considerar que os fenícios não somente faziam rotas comerciais conhecidas, como também se aventuravam por águas desconhecidas, em busca de novos postos avançados para estabelecimento de colônias; não bastasse isto, também prestavam serviços a outros povos, a exemplos citados de Israel, Egito e Arábia.
Neste aspecto, de prestações de serviços ou de viagens financiadas, ressaltem-se os egípcios: não eram navegadores ao nível dos fenícios e, não obstante, estiveram nas Américas, não por indícios ou provas esparsas, mas comprovadamente por pesquisas e levantamentos de ordem, desde os estudos comparativos de hieróglifos egípcios e maias, que não apenas coincidem em pelo menos treze caracteres, como possuem os mesmos significados, conforme o estudioso Auguste de Le Plangeon, ou das escritas dos guaranis também semelhantes às dos egípcios, demonstradas pelo estudioso Doutor Bertoni, como ainda as comprovações arqueológicas das hipóteses de Alexandre Braghine, todos estes mencionados na obra de Philippe Azis, ('Atlântida - a Civilização Desaparecida', Otto Pierre Editores, 1.978), autor que, aparentemente, não se trata de um atlantólogo, uma vez que sua obra é uma coletânea de teses audaciosas, quase sempre recorrentes a especialistas renomados, sem deixar de citar os ficcionistas e especuladores.
Ainda por Azis, outros paralelos são destacados, como as proximidades das divindades egípcias com as dos maias e incas, cujos números ultrapassam as barreiras das simples coincidências; também, as provas incontestes de realizações que saltam aos olhos de tantas igualdades, como as esculturas, estatuetas, obras de engenharias - construções civis e obras de irrigações, murais com os mesmos motivos, e as famosas pirâmides, alem das ciências médicas e astronômicas.
Segundo entendimento do historiador Abdhullah Quick há fortes evidências de presença muçulmana na América pré-colombiana, reconhecida pelas expedições espanholas.

"Os primeiros exploradores [da América] eram, em muitos casos, soldados que haviam lutado na Espanha ou na África e navegado os mares para destruir o poder do Islam. Eles reconheciam a influência islâmica por onde quer que passassem e tinham ordem de converter ao catolicismo aqueles povos. Abdullah Hakim Quick, historiador muçulmano que investiga a presença de muçulmanos na América pré-colombiana, escreveu em seu livro 'Deeper Roots', que quando Hernan Cortés (o conquistador do México) chegou a Yucatán, chamou aquela região de 'El Cairo'. Os homens de Cortés e de Juan Pizarro (o conquistador do Peru), alguns dos quais haviam tomado parte diretamente na luta contra os muçulmanos, chamaram os templos indígenas de 'Masjid' (mesquita). Ainda segundo o historiador, várias leis foram baixadas com o objetivo de interromper o fluxo de muçulmanos, libertos ou escravos, para as Américas e trazer de volta os indígenas muçulmanos convertidos' (História Net, 1999: 363 - http://www.historianet.com.br).
Se os egípcios estiveram na América, os hebreus não deixaram por menos; da mesma maneira que aqueles não eram notáveis navegadores, utilizando-se quase sempre dos fenícios, em suas viagens mais longas, por exemplo, à América, vistas presenças de seus elementos em culturas americanas, objetos de atenções por parte dos especialistas, sejam pelos traços fisionômicos característicos identificados em esculturas de tribos de México e Peru; ou pelas identidades linguísticas de referidas tribos com o semítico, quanto pela exagerada semelhança da Gênesis Bíblica com o 'Códex Maia'.
Braghine (O Enigma de Atlântida, 1959) menciona crenças de praticamente todos os povos americanos, com as mesmas inspirações e personagens bíblicos e em rituais como a circuncisão [que pode ser de origem egípcia], além das regras de cultos. Eram semelhantes também as ordens sacerdotais, e as classes dos profetas e dos escribas.
Em suas viagens à Europa e América, com navios de grande porte, os fenícios utilizavam a rota pelo contorno do continente africano, sem desprezar viagens mediterrâneas com embarcações menores até a Espanha, onde tinham a colônia de Tarsis, chegando até os Açores e, países baixos.
Por Braghine (op.cit.) se sabe que em Açores foram encontradas moedas fenícias - cartaginesas, e lá existiam estátuas, inscrições e um marco equestre cujo cavaleiro apontava em direção ao continente americano, certamente indicativo de rota para embarcações de grande calado.
Viagem pela rota dos nórdicos pode parecer vaga, num primeiro momento, porem consideramos que os nórdicos não eram estranhos aos povos do Oriente Médio, em cuja região manteve, por longo período, uma Federação; citam-nos a Bíblia, como sendo os filisteus, pelos traços fisionômicos, cultura, divindades e língua, alem dos tratados entre eles com o povo egípcio, onde hoje não restam dúvidas de identificação..
Descrevem as presenças nórdicas no Oriente Médio, além de outros autores, Olivier Launay ('A Civilização dos Celtas'); Patrick Louth ('A Civilização dos Germanos e Vikings'); e Jean-Claude Valla ('A Civilização dos Incas'), obras estas da coleção Grandes Civilizações Desaparecidas publicada pela Otto Pierre Editores (1978).
Considerando a presença nórdica no Oriente Médio, e que muito tinham a oferecer em termos comerciais e tecnológicos, como armas, navios e artefatos, além de produtos alimentícios do mar, seria impossível que mercadores fenícios não se dirigissem até às terras de origens daqueles povos, para transações, e de lá não prosseguissem à Islândia, Groenlândia e Vinlândia - América.
Uma rota para a China se sustenta pelas razões: a civilização chinesa, de 1890 à 1100 AEC plantava trigo, produzia seda, lavrava o jade, fazia artefatos de bronze, fundia o ferro, utilizava a roda e tinha carros de guerra e de transportes que, sem dúvidas, eram produtos e avanços que interessavam às civilizações com as quais mantinha comércios, como a Índia, Pérsia e povos circunvizinhos.
O comércio terrestre utilizado internamente era dificultado quando se tratava daquelas outras nações, em razão do Himalaia, que o inviabilizava em termos econômicos; todavia, pelos caminhos dos mares, apenas a Fenícia tinha condições para realizações, dado conhecimentos das rotas marítimas e infraestruturas para empreendimentos de tal magnitude.
Alguns entendem a China como nação também capaz de realizar viagens transoceânicas, que inclusive teria conhecido o Estreito de Magalhães - então chamado Rabo do Dragão. Sabemos, no entanto, que aquela nação somente aventurou-se ao mar em 1403 da era atual, atingindo o Sudeste Asiático, Índia, Ormuz, Pérsia, África Oriental, regiões do Mar Vermelho e Arábia. Inexplicável e repentinamente em 1443 as navegações chinesas foram cessadas - Nações do Mundo - China, Editora Cidade Cultural, 1989.
Para o autor Gavin Menzies, '1421 - O ano que a China descobriu o mundo', a China teria feito viagem ao redor do mundo em 31 meses (1421/1423), comprovado numa série de documentos náuticos, mapas e cartografias, parece-nos fundamentados no Mapa Zheng, de 1418, versão chinesa de mapas europeus dos primeiros anos do século XV, provavelmente adquirido na Índia.
Henriette Mertz, autor Deuses do Extremo Oriente: 'Como os Chineses Descobriram a América', a Planeta l39-D narra uma possível expedição chinesa em 2.250 AEC e uma outra no século V EC, sendo esta a responsável pelas fortes influências chinesas vistas nas artes, ciências e religião dos autóctones do México e sul dos Estados Unidos, onde mais se encontram pontos em comum entre as culturas, chinesa e as do novo mundo, inclusive nos sistemas de calendários e astronomia.
Não se trata de por em dúvida a capacidade de navegação dos chineses em direção à América, até porque sua estadia no continente americano é inegável, sob e sobre todos os aspectos e pontos de vistas dos especialistas, porém, trazê-los como cultura influenciadora no novo mundo, na era atual, seria no mínimo rejeitar a história daquela civilização. A saga de 2.250 AEC nos parece lendária.
Mas os chineses chegaram à América e os traços de suas influências são fortíssimos, tanto na cultura Olmeca, 1200-900 AEC no México - Golfo litoral Pacífico, El Salvador e Costa Rica, quanto na Chavin, por volta de 900 a 200 AEC, no Peru, conforme se refere Jean-Claude Valla (op.cit.), fundamentado nos estudos do alemão Robert Heine Goldern, que tinha como fonte do Professor Pedro Bosch-Gimpera, da Universidade do México, e nas narrativas colhidas do estudioso Juan de Torquemada.
Existem, do lado dos chineses, relatos que comprovam suas viagens à América ou vínculos com a Fenícia, em grandes expedições?
Salvo alguns fragmentos raros, mais próximos a lendas, parece que nada mais existe, cabendo apenas a lembrança de que, entre 22l a 206 AEC, foram queimados todos os livros e documentos pela dinastia Qin, apagando todos os traços de possíveis vínculos ou dependências da China, em relação a outros povos, por serem considerados subvertedores e diminuidores do poder chinês; em troca de tamanha estupidez, a humanidade recebeu como legado, a Grande Muralha, daquela dinastia (Nações do Mundo - China).
Entendemos a presença chinesa na América pelos fenícios, sem nenhum registro histórico ou evidências anteriores e posteriores entre os anos 1200 e 200 AEC.
O período de formação de base dos povos americanos é pré às grandes civilizações encontradas pelos conquistadores espanhóis, como a Inca, a Asteca e a Maia, pois que nestas ocorreram como elementos reformadores culturais, os celtas e os viquingues (900/1300 EC), com traços e roupagens cristãs, quando iniciado o período de aquisições dos novos valores, sem omissões dos anteriores, então somente apagadas com a chegada dos europeus invasores, no final do século XV e início do XVI, conjuntamente com o clero católico.
A América também foi visitada pelos negroides, africanos e melanésios, e se acham representados nas esculturas, em partes distintas do continente segundo atestam alguns estudiosos, embora não vejam tais como elementos modificadores ou influenciadores de culturas, segundo o citado Valla.
Braghine (op.cit.) admite que os negroides, principalmente os da África, possam ter chegado à América, como escravos, pelos fenícios.
Também os contatos dos fenícios com os polinésios e australóides (estes chegaram ao continente americano, extremo sul, entre os quinze mil anos, num período de regressão glaciária, pela Antártida), parece bem possível, principalmente com os primeiros que chegaram à América, pelo Pacífico.
Excluir as possibilidades expostas seria admitir então Atlântida com dominação global, ou outras grandes civilizações que povoam o imaginário de muitos, como Lemúria, Mu, alguma civilização extraterrestre ou os habitantes do interior da terra, mas nos faltam evidências materiais de suas existências, sendo tudo especulações e hipóteses que apenas atestam influências de um civilizador no mundo, nada alem do que algum povo, a nível dos fenícios, não pudesse realizar.
Portanto, o povo fenício pode ser considerado, senão um elemento civilizador mundial, pelo menos o grande interador entre os povos da antiguidade, para tornar tão igual às cosmogonia e teogonia como realizações fenomênicas do misticismo religioso.

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