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sábado, 3 de abril de 2010

REALIZAÇÕES FENOMÊNICAS NO MISTICISMO RELIGIOSO


Estudos firmados em 'MAURER JR Teodoro Henrique, 1906-1979, citação Curso de Teologia: Cultos Estranhos', cópia de apostila cedida pelo Reverendo Abel Amaral Camargo - Igreja Presbiteriana Renovada, Assis - SP, 1974.
1. As formas primitivas
O Animismo foi forma primeira de se cultuar os elementos cósmicos, os fenômenos da natureza, os objetos inanimados, os seres vivos consagrados, a memória dos antepassados, dos valorosos homens de guerra e dos conselheiros, sempre por ritos miméticos através de seus sensitivos, a interferência do sobrenatural no dia a dia do grupo social, familiar ou mesmo de atuação individual.
Por animismo se entende a primeira religião universal surgida entre grupos e subgrupos humanos, na qual se colocou "em toda a natureza espíritos mais ou menos análogos ao espírito do homem"
(Félicien Challaye, 'Pequena História das Grandes Religiões', Ibrasa, 1967).
A Bíblia não deixa dúvidas que na antiguidade os homens cultuavam a natureza pelos bens visíveis, pois que "foi o fogo, o vento, o ar sutil, o círculo dos astros, a onda impetuosa ou os luzeiros do céu que tomaram como deuses e senhores do mundo" (Sabedorias 13: 2).
O Totemismo e o Fetichismo são variantes do Animismo, quase sem distinções entre uma forma e outra, sendo correto que tanto o Fetichismo quanto o Totemismo se valem de práticas animistas para seus cultos.
No Totemismo a origem [dos princípios] determinou a seleção dos seres para cada tipo de alma, a inteligente [racional] no homem; a vital, nos seres animais e vegetais; e coletiva nos inanimados, a compreender que a alma é quem move e faz desenvolver o ser vivo, e que cresce por justaposição nos minerais. Uma discutível cosmologia até porque os conceitos totêmicos jamais foram unanimidades.
Por essência totêmica [do Totemismo] se entende a espécie animal, vegetal ou qualquer entidade, ou objeto, que os membros de um clã [grupo ou subgrupo social] consideram sagrado. A isto se denomina Totem, ou seja, a representação desse animal, vegetal ou objeto.
Para certos grupos, as almas coletivas e vitais estão postas ao homem, para prestação de serviços, consumo alimentar ou que necessite de seus cuidados, até que um dia a ele se associem como forma de evolução e integração ao estágio humano.
Uma alma humana sem o corpo físico para abrigá-la, ou que esteja desencarnada, é um espírito que vai habitar o mundo dos deuses, podendo ser contatado em ritos especiais e com direitos de escolha, por opção, onde permanecer na crosta terrestre [caverna, abismo, etc] até uma nova encarnação. Neste período o espírito pode servir de gênio tutelar para os humanos, espírito auxiliar na condução e evolução da alma coletiva presente na natureza, ou, ainda, possuir um corpo animal [irracional] ou nele reencarnar - o princípio da metempsicose.
No Totemismo concentram-se, além do próprio Totem, as regras e os tabus - separações do sagrado e do profano, do certo e do errado, das permissões e daquilo que é proibido. O divino está presente em tudo e os símbolos e imagens são respeitadas pelo clã, tanto quanto o Totem, por se colocar numa relação que envolve crenças e práticas específicas, variáveis conforme a sociedade ou cultura considerada.
As práticas totêmicas, para a união mística entre o homem e a natureza ou a integração, quase nada diferentes de uma cultura para outra; apresentam em comum uma relação especial entre o grupo social com a entidade maior reverenciada, através do objeto que lhe seja dado por identificação ou ponto de chamada, como emblema ou brasão adotado por todo aquele clã e sobre o qual se desenvolve toda a mística, sem prejuízos de manifestações dos deuses menores - espíritos ancestrais, ou seres protetores individuais, respeitadas as regras e tabus.
Portanto, para a cosmovisão totêmica o culto não se fundamenta nos elementos, pois que estes são desdobramentos e propagações, e sim na força vital, ou seja, a sopro da vida ou hálito divino.
Já o Fetichismo, de maneira geral, seria o objeto inanimado visto na natureza e ao qual se venera como manifestação de algum deus, porque entendiam nele a presença divina - ou carregado de mana, assim, possuidor de virtudes mágicas, por exemplo, a pedra de Caaba. Algumas culturas tinham por sagrado - objeto de fetiche, os locais escolhidos pelas divindades para suas manifestações, sendo o Monte Sinai o mais famoso deles.
Também eram fetiches as imagens consagradas com propósitos de adorações, os objetos oraculares, os artefatos representativos [arcas, altares e propiciatórios], os instrumentos de cultos e mesmo os santuários e templos que se tornaram sagrados, tanto por oferecer melhores condições para os relacionamentos, humano/divino, quanto para abrigar todos os conjuntos inerentes aos cultos.
Tudo era fetiche, desde a limpeza do local sagrado aos instrumentos e demais peças cultuais, situação ainda vista na lavagem anual da escada da Igreja do Senhor do Bonfim na Bahia, entre outros lugares honrados em todo o mundo.
O mesmo livro bíblico Sabedorias 13: 10-19, obviamente por condenação e desprezo, narra interessante passagem quanto aos propósitos fetichistas e seus cultuadores:

"Mas, desgraçados, e alimentados de esperanças em seres sem vida, aqueles que invocaram como deuses objetos fabricados pelo homem, ouro e prata, trabalhados com arte, e representações de animais, ou pedra inútil, obra de mão antiga. Vai um hábil lenhador e corta um tronco fácil de trabalhar, tira-lhe habilmente toda a casca e, fazendo uso de sua destreza e arte, prepara uma peça útil para as necessidades [da vida]; e as sobras de seu trabalho, empregam-as para preparar a comida e satisfazer suas necessidades; o ultimo resto, que para nada serve, um lenho torto e cheio de nós, ele o toma e o esculpe, para encher as suas horas de lazer, e ensaiando a sua perícia, para distrair-se, dá-lhe aspecto de homem, ou a semelhança de algum animal desprezível, depois emplasta-o com mínio, enverniza-lhe a pele com vermelhão, recobrindo-lhe com gesso toas as manchas. Fabrica-lhe então um nicho dele, coloca-o na parede, prendendo-o com ferro. Assim tomou precaução com ele para que não caísse, sabendo que é incapaz de cuidar de si próprio, porque não passa de uma estátua e precisa de ajuda. No entanto, não se envergonha de dirigir-lhe a palavra a um objeto inanimado, e suplica-lo para seus bens, pelos seus casamentos e pelos filhos; e implora a saúde a um enfermo, pede vida a um morto, invoca em seu socorro o ser mais inibido, pede feliz viagem a quem não pode dar um passo sequer, e, para obter lucros e êxito nos trabalhos e empresas, pede habilidade a um ser, cujas mãos são as menos hábeis".
Abraão trouxe de Ur [Caldeia] uma gama de valores e tradições fetichistas, com fortes influências na formação étnica, cultural e religiosa, bem mais tarde herdadas pelo judaísmo, por exemplo, o sacrifício de um animal a Deus (Gênesis 22: 13).
Ratifica-nos o livro Josué 24: 2 que Abraão tinha crenças fetichistas, comuns à sua parentela, “servindo outros deuses”.
Jacó, o neto de Abrão, numa estadia forçada na Mesopotâmia junto aos parentes, uniu-se a uma mulher araméia que, ao acompanhá-lo de volta à Palestina, carregou consigo os ídolos do pai, os terafins [teraphim] - espécie de gênios protetores ou deuses tutelares, em nada se admirar porque o próprio deus de Jacó era cognominado o Temido de Isaac, a quem o patriarca erigiu a Coluna de Betel [Gênesis 28:18], uma prática votiva fetichista mesopotâmica.
Gênesis 31: 42 mostra-nos clara distinção entre o Deus de Isaac e o Temido de Isaac, conforme esclareceu o próprio Jacó ao sogro Labão: "Se os deuses do meu pai [Isaac], os deuses de Abraão [seu avô] e o Temido de Isaac [pai]...", evidencia-nos este Temido [Pavor segundo versão bíblica Novo Mundo das Escrituras] distinto dos demais deuses, estando, assim, por primeira identificação do Sló Yavé, qual seja, um dos Elohim - deuses.
Juízes 17: 5 e Oseias 3: 4 informam que os terafins eram objetos sagrados de cultos judaicos, ao lado dos éfodes [espécie de antigos ídolos, também o nome de avental com bolsas onde traziam objetos oraculares utilizados pelos sacerdotes].
Ezequiel 21:23 e seguintes, versão Pontifício Instituto Bíblico de Roma, ou 21:18 e sequências [Novo Mundo das Escrituras e Almeida], dá-nos uma ideia dos cultos de passagens e consultas, pelo profeta, através dos terafins:
"E continuou a vir e haver para mim a palavra de Jeová dizendo: e quanto a ti, ó filho do homem, estabelece para ti dois caminhos para a entrada da espada do rei de Babilônia. Ambos devem proceder do mesmo país e deve-se recortar uma mão [indicadora]; deve ser recortada a cabeceira do caminho para a cidade. Deves estabelecer um caminho para a espada entrar contra Rabá dos filhos de Amon e [o outro] contra Judá, contra a fortificada Jerusalém. Porque o rei da Babilônia parou na encruzilhada, na cabeceira dos dois caminhos para recorrer à adivinhação. Sacudiu as flechas. Indagou por meio dos terafins, examinou o fígado. Na sua direita mostrou-se haver a adivinhação referente a Jerusalém (...)".
Não eram práticas originais do judaísmo e sim influências fetichistas herdadas, que Abraão trouxe da Mesopotâmia, a exemplos dos Urim e Tumim - pedras para consultas oraculares, cujas consultas se davam através de perguntas e respostas, maneiras diretas do indivíduo [consulente] dirigir-se a uma divindade através de pessoas consagradas para aquelas funções.
Diz-se, ainda, pelo mesmo patriarca, a entrada daquelas tradições culturais porque Abraão era caldeu, que além do sistema inicial religioso também trazia o uso de nome individual para designação coletiva, como Abrão que lá na Caldeia tinha o significado de pai chefe de família ou clã, hebraizado Abraão - pai de multidão, tribos ou raça.
Entre todos os povos as práticas fetichistas eram quase sempre oraculares, como respostas de um deus ao consulente, através de pessoa iniciada naquelas artes. Da mesma forma era quase universal, para as defesas ou proteções solicitadas e dadas, o protegido portar o uso de talismãs - figas, búzios, falos, pequenas pedras, sementes vegetais, partes animais [olho de lobo, pé de coelho, etc] e, mais tardiamente, símbolos cristãos como cruzes e bentinhos.
Ao Iniciado chamava-se Magista, ou seja, praticante de Magias.
A Magia, como religião, esteve presente em todas as culturas e civilizações, ainda hoje ativa em todos os credos e seitas. A religião sem magia perde a mística atrativa do relacionamento humano/divino, e tende a desaparecer..
As venerações católicas aos santos - através da imagem, e a Bíblia para os cristãos em geral são formas mágicas [individuais] de se obter resultados dos deuses, tanto quanto os votos, promessas e empenhamentos da palavra dada. Os passes espíritas, os jogos de búzios, cartas, o Urim/Tumim dos judeus e outros meios para os favores divinos, através de intermediários humanos, são práticas igualmente fetichistas ou mágicas, estas e aquelas práticas ainda vistas, portanto uma magia, ou seja, arte mágica.
As relações humanas com as divindades nem sempre ocorrem de forma indireta, através de jogos oraculares, sendo desde o princípio também observável certas manifestações, hoje chamadas mediúnicas, de pretensas entidades espirituais para a produção de fenômenos psicológicos e físicos. Os espíritos falam, pelo médium, diretamente com o consultante, nas práticas cultuais denominadas Magias.
Estas manifestações, precedidas por rituais evocativos e esconjuros, cuidavam quase sempre trazer bênçãos do além, através de aconselhamentos, votos de esperanças, alívio das aflições e curas dos males do corpo e da alma, com mensagens geralmente condicionais ou de dupla interpretação, positivas ou não, às perguntas formuladas.
Podiam os espíritos à mesma forma ditar ameaças, regras de comportamento e transmitir seus desejos, invariavelmente a exigir oferendas sacrificais para si e mantimentos [pagas] para os interlocutores, indivíduos que não raramente intermediavam contatos diretos - cara a cara, entre os deuses [entidades ou espíritos] incorporados e os consultantes.


2. Do universo das magias
O mundo das Magias sempre interessou ao homem, desde a antiguidade, pois que este sempre buscou interações com espíritos benéficos e maléficos, com intenções evidentes de dominá-los e torná-los inofensivos a si, porém estupidamente dispostos a ataques e defesas em favor daqueles que os conquistaram, através de práticas secretas e cabalísticas.
Na antiguidade Magia confundia-se com religião e realmente esta nasceu das práticas mágicas, das evocações, invocações e esconjuros aos espíritos da natureza; a Magia estava presente quando das práticas animistas, dos cultos totêmicos, e acompanhou o fetichismo, como alicerce para as primeiras grandes religiões, eivadas daquelas praticas mágicas, destinadas ao agrado dos deuses.
Ainda assim permanecem nos dias atuais, embora as proliferações de tantas seitas, as tantas dissensões e escândalos em nome de Cristo, como a Teologia da Prosperidade e o mercado salvacionista fizeram perder a essência mágica religiosa. Também as mesmices ritualísticas das tantas seitas conservadoras e ortodoxas fizeram perder o interesse de muitos.
A Magia é tida como a mãe de todas as Ciências, pois dela nasceram a Alquimia, as Ciências Médicas, a Astrologia e todos os conhecimentos que se acham à disposição do ser humano. Ninguém ignora que da Alquimia surgiram a Farmácia, a Química, a Botânica, a Medicina com seu empirismo inicial e posterior evolução; que da astrologia ergueu-se a Astronomia, e assim por diante.
Para se conquistas do saber teúrgico, deve o postulante dedicar-se aos estudos das divindades (teogonias), ou seja, saber delas e como invocá-las, com uma série de rituais e indumentárias, que vão desde a higiene pessoal, abstinência (alimento, sexo e bebida), orações e súplicas, às vestimentas de conformidade com a entidade pretendida ou em razão do culto estabelecido (de jubileu, ação de graça, luto, gala, etc).
A Magia não admite ausência de fé em suas práticas e feitos, seus rituais são severos, para que se possam conquistar as virtudes mágicas cósmicas, sem as quais é pura perda de tempo do postulante.
Para cada exercício teúrgico existe um preceito correspondente, e este, embora com variantes de um culto para outro, é sempre fator preponderante para resultados positivos.
O bom Mago tem o Universo como o seu deus, na compreensão de que ele, como ser humano, não existe apenas pela ancestralidade, pois que sem a Terra, Sol, Via Láctea, enfim todo o Cosmos, jamais existiria; desta forma, o Mago se interage com todas as forças da natureza e a respeita.
O Universo é a Energia Vitalidade como Princípio Ativo Gerador, e a Consciência Cósmica é a Energia Mãe é aquela que procria Energias Filhas e Filhos, que são todos os elementos da natureza e necessários à vida, seja ela animada ou inanimada, e o Mago que sabe disto é sempre capaz de poderosas realizações.
De tradição inicialmente oral, depois na forma escrita, desde a antiguidade a Magia reveste-se de um secretismo somente dado a conhecer aos seus Iniciados. O homem revestido de poderes mágicos, sem dúvidas é capaz de prodigiosas operações, pois que conhece e bem sabe das relações metafísicas.
Existiram e existem tantas Escolas Iniciáticas, todas evocando alguma espécie de misticismo, outras essencialmente Esotéricas (fechadas) cujos conhecimentos são repassados apenas aos seus filiados e, ainda assim, numa elaborada - às vezes complexa escala de graus, onde o Iniciado evolui conforme o saber, tempo e fidelidade às regras.
Também são conhecidas as tais Escolas Exotéricas, inicialmente abertas ao público, onde o indivíduo encontra todas as condições de aprendizado e evolução, cada vez mais crescentes, até ingressar junto ao restrito círculo dos Iniciados, onde a partir de então, o esoterismo torna-se fundamental.
Outros tipos de Escolas são comumente citados, como certas Ordens Místicas, Sociedades Fraternas, Seitas Secretas, Movimentos Gnósticos e Irmandade Cósmica Universal, entre tantas existentes, que se torna quase impossível que algum pretendente ao Mundo das Magias, não venha encontrar de pronto uma Ordem que lhe satisfaça necessidades, pois que o difícil é escolher.
O pretendente pode, todavia, desenvolver seus talentos sem filiar-se a algum grupo, algo um tanto difícil, cansativo, às vezes oneroso, mas plenamente possível; uma pessoa religiosa, de firmes convicções, dificilmente não pertence a alguma seita qualquer, todavia existem aqueles que sozinhos desenvolvem suas crenças, embora lhes falte o convívio com outros iguais, assim como as trocas de experiências.
Para o candidato particular à Magia, é preciso desenvolvimento adequado de certas práticas projeciológicas, para que possa penetrar no Universo da Consciência Cósmica, onde adquirirá conhecimentos necessários à sua formação; também é extremamente necessário a aquisição ou o despertar das faculdades paranormais, por exemplo, a Criptestesia, ou seja, o conhecimento extra-sensorial daquilo que não se acha sensível aos sentidos comuns ou de seus duplos, e de outros fenômenos que se enquadram ou são estudados pela Parapsicologia; as demais coisas certamente virão por si.
A Magia, ainda hoje, apesar de tantas correntes, distingue-se por dois métodos, quais sejam, a Magia Branca ou Teúrgica, e a Magia Negra ou Goêcia.
Classifica-se Magia Branca aquela que trata da vida espiritual do homem, das entidades celestiais e suas influências no mundo da materialidade, também sobre o próprio ser humano em sua pisque, bem como a maneira de contatá-las, sempre por motivos e sentimentos elevados. Os que estudam ou vivem a Magia Branca, são denominados de Magos.
Por Magia Negra se entende toda prática de ações opostas à Teurgia. Alguns autores denominam seus praticantes de Feiticeiros ou Bruxos.
No entanto o universo das magias é mais bem esclarecido quando destacadas as formas:


2.1. Magia Branca:
Direta: o atendimento às necessidades, próprias ou de terceiros, levando-se em conta a índole do espírito solicitado, e que o indivíduo esteja em condições (merecimentos, por exemplo) de receber aquela Magia;
Indireta: quando determinados espíritos luz são solicitados, isto é, recebem ordens para ações específicas de benefícios ou defensivas, em favor do solicitante ou para quem este almeje serviços.
Todas as rezas, orações, e promessas a santos protetores, em interesse próprio ou a favor de terceiros, são práticas mágicas e delas se esperam sempre resultados favoráveis e rápidos. É Magia Simpática, onde existe o predomínio do amor, das regras de moral e espírito de fraternidade.


2.2. Magia Negra:
A Goétia ou Goêcia - Magia Negra, sempre despertou encantos sobre o homem, seja pela sua eficiência, rapidez e aparente facilidade para atingir propósitos. Ela é o lado mal, numa visão simplista, que todos nós temos e, por tememos tanto soltar de maneira direta contra nossos oponentes, preferimos escudar-nos no manto diáfano de uma entidade qualquer, de esquerda.
Em verdade, a ação dessa entidade poderosa, nada mais é que a própria projeção do mal que existe em nós, onde a força expressa do desejo, o ódio sentido do momento, sem dúvidas a Magia Negra pode causar danos irreparáveis na pessoa que pretendemos atingir. A Magia Negra transmite a sensação do poder.


2.3. Goécia ou Teúrgica: uma só Magia
Para alguns magistas, a Magia Negra é apenas Magia, negadas as classificações Negra e Branca, enquanto outros definem por Magos apenas os que praticam a Magia Branca e de Feiticeiros os que promovem a Magia Negra. Nestes aspectos, todos os conceitos de bem e mal são subjetivos, portanto nenhuma diferenciação entre as Magias.


3. Das práticas mágicas ou das magias
Postos assuntos tratados e considerados, Mago é todo aquele que sabe das forças realizadoras e delas se valem para seus propósitos, enquanto o Feiticeiro igualmente sabendo do existir daquelas forças, no entanto deixa-se usar por elas, portanto assim duas classificações bastante distintas.
Desta forma, todo e qualquer teurgo tem que necessariamente conhecer a Goétia, pois que sem isso suas práticas perdem eficácias, igualmente recíproca.
A Magia deve ser compreendida não como religião, nem misturanças infundadas de cultos e celebrações, embora qualquer seita ou religião tenha o seu lado mágico, através de práticas reservadas aos iniciados ou sacerdotes, ou denominações variáveis: pastores, apóstolos, bispos, etc.
Religião sem Magia é religião morta; coexistindo, todavia, Magia e Religião no entendimento popular, não se pode fugir desta realidade e ignorar que a fé ou crença, não venha realizar-se em favor de quem solicita, vez que para a Magia são fundamentais fé e crença naquilo que se propõe.


4. Dos Cultos Satânicos
Muitos confundem Cultos Satânicos com Magia Negra, e outros creem que nos rituais goéticos praticam até sacrifícios humanos. Ora, sacrifícios humanos foram mais ou menos comuns na antiguidade, tanto para os deuses como aos demônios, substituídos posteriormente por animais, depois pelas simples oferendas - sendo algumas práticas vistas ainda hoje como forma de agrado às entidades.
Culto a Satanás é Religião a uma divindade e não Magia, ainda que a se valer de práticas mágicas por ser uma religião.
5. Dos 'trabalhos de encruzas' e impressionismos
'Trabalho' lançado na porta de uma casa, aqueles outros postos em encruzilhadas e cemitérios com nomes, de desafetos ou não, na verdade não passam de impressionismos ou ignorância de quem o faz, pois que um trabalho é feito em local próprio e adequado, e jamais um bom Mago deixaria evidências ou identificações, ainda que venha fazer oferendas exteriorizadas, porque para certos clientes o trabalho somente tem eficácia com entrega em lugares especiais como encruzas, cemitérios, pedreiras, matas, rios, praias e etc.
Compreende-se que a Magia é segredo, portanto uma vez uma vez revelados nomes e/ou procedências, por si mesma já perdeu efeitos, exceto aqueles denominados casqueiros para impressionismos, aí evidentemente um rito mágico.
Nenhuma objeção dos autores quanto as tais entregas ou despachos, as entidades aceitam e agem, ou não, porque podem ser rebatidos, os adversários podem ter força maior, mais fé, crença superior e melhor disposição para o embate [demanda].

6. Rotulagens para fenômenos religiosos e das magias
A Magia Negra pode ser conquistada da mesma maneira que a Magia Branca, porque ambas são unificadas e os seus fenômenos vistos, estudados e catalogados pela Metapsíquica, a partir das ocorrências dos fenômenos mentais, provocados ou espontâneos, regrados ou não.
Para os mesmos fenômenos o Espiritismo Científico tem pensamento próximo dos metapsiquistas, apenas atribuindo aos espíritos as mesmas ações produzidas.
Os fenômenos espíritas sugerem sempre a participação de segundo elemento, no caso um espírito desencarnado ou não, a atuar num intermediário - médium - que, pelas suas faculdades, proporcionaria a manifestação daquele agente.
Hoje, mais modernamente, a Parapsicologia é a Ciência encarregada de estudar e dar a palavra final sobre estados mentais [do gênero] capazes de produzir estados paranormais, ou sejam, aqueles que a Psicologia acha-se imprópria para explicá-los, mas que efetivamente acontecem com o indivíduo, e tudo se passam dentro dele.
A Parapsicologia adapta-se ao cristianismo, ao afirmar como assuntos de Teologia os milagres religiosos de Cristo e dos primeiros santos, postos os atuais enquadrados em situações mentais, embora segmentos do Cristianismo atual, os pentecostais, neopentecostais, carismáticos e assemelhados, determinem que estados fenomênicos em seu meio são manifestos do Espírito Santo, onde os dons (espirituais) são diversos, porém um só o espírito, no caso o Espírito Santo.
Para a Parapsicologia, a colocação de uma entidade como agente de fenômenos manifestos, é apenas muleta psicológica, ou seja, um escudo do sensitivo motivado pelo fator crença, humildade, às vezes temores infundados ou mesmo fuga de responsabilidades diante de possíveis fracassos.
Alguns especialistas espíritas firmam que a Parapsicologia surgiu para conter o avanço da doutrina espírita, também como fenômeno religioso, fazendo com que se desacreditassem seus fenômenos, assim como as provas de vida além túmulo, bem ao contrário das posições firmadas pelas demais seitas do cristianismo e outras religiões (postulados de fé, regras e dogmas).
Considerando a existência da alma no homem, com vontade e ação independente da matéria e até mesmo do cérebro, mas a esse vinculado, numa teoria cientificamente comprovada, em algum lugar essa energia ou alma há de estar após a morte física, e absolutamente nada pode impedi-la de manifestações no mundo da materialidade, desde que haja veículo propiciador para tais condições, e neste caso, o médium ou o sensitivo.
A partir do momento de atuação dessa alma no mundo físico, tão somente o teor da mensagem, em cima de algum fenômeno, poderá com segurança caracteriza-lo espírita ou parapsicológico, mas isso sempre dentro do ponto de discussão em se considerar a fé ou a crença, nisto ou naquilo.
De qualquer maneira, é entendimento que todos os fenômenos, parapsicológicos ou espíritas, partem de um espírito, ainda que do próprio sensitivo ou que seja de uma entidade qualquer do além.
O misticismo oriental, em suas diversas tendências, enquadra situações análogas, e é sua crença que fenômenos em seu meio tanto ocorrem pelo homem, sua alma (espírito) ou diretamente de espíritos, através do homem e, em certos casos, também pela animalidade, a exemplo daquela passagem bíblica onde uma jumenta teria sido instrumento usado para repreender o profeta.
Certas seitas orientais admitem a reencarnação humana não somente num sentido evolucionista, como também passível de regredir, mesmo que à animalidade, sem perdas de conhecimentos adquiridos que serão recuperados oportunamente numa nova existência. Igualmente algumas seitas orientais, admitem que toda forma de vida terrestre se sujeita à reencarnação, neste caso, evolutiva para espécies superiores.
A Parapsicologia, diante de tantos fenômenos que até sugerem manifestações de espíritos desencarnados, dividiu-se em correntes distintas: Materialista, Espiritualista e Eclética ou Mista, ainda que em sua origem apenas trata dos poderes da mente e os acredita.

-o-

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